domingo, 27 de novembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol.2] - Soman Chainani

Um mundo sem príncipes 

Segundo volume da série escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Por ter seus livros conectados, a resenha pode conter spoilers do primeiro livro. Agatha e Sophie estão de volta a Gavaldon para viver o felizes para sempre juntas. Entretanto, as coisas não são mais como antes e Agatha tem que lidar com o seu amor perdido e com receios. Em seu coração acaba fazendo um pedido, a história das duas é reaberta e Sophie sofre ataques. As duas acabam de novo na escola do bem e do mal, mas descobrem que as coisas não são mais as mesmas: a divisão da escola agora é entre meninos e meninas.

Sophie continua egoísta, mas a gente começa a simpatizar com ela em alguns momentos. Agatha continua sendo um raio de sol de bondade e que não merecia nem um terço do que está passando. Enquanto ela é  fiel aos sentimentos que nutre por Tedros, ele continua não confiando nela. Sem confiança, não acredito no amor que ele diz sentir por ela.

Tedros é o pior príncipe da história dos príncipes. Sei que ele tem um histórico horrível familiar, mas não dá. Ele se tornou um vilão. A essa altura do campeonato se ele não fizer algo extremamente fantástico nos próximos livros e se redimir, vamos ter só ranço e ranço transbordando para ele. A Agatha já mostrou sua bondade e como ela é do bem inúmeras vezes durante o livro anterior. Não cabe nenhuma desconfiança sobre o caráter dela em hipótese alguma.

Eu li esse livro e entendi como o perigo de interpretar as coisas de forma errada sendo retratado. Tudo sai do controle porque ninguém entendeu o conto de fadas de Agatha e Sophie como simplesmente deveria ser lido, o poder da amizade. Era um conto sobre duas amigas e fim. Criou-se uma rivalidade entre meninos e meninas por causa de uma falha em perceber o que verdadeiramente importa, a lição central do conto. Eu senti a mesma coisa que sinto quando alguém me diz que Cinderela é sobre casamento quando na verdade é sobre perseverança. 

Sinto como se o autor estivesse o tempo todo falando em como os contos são deturpados e as vezes vistos de uma única forma. A visão da Sophie sobre o que é ser princesa, sobre ser do bem no primeiro livro mostra isso. Não só isso, o comportamento dos príncipes e princesas que são egoístas e frívolos como se todos devessem agir de determinado jeito e aparentar um padrão para ser príncipe ou príncesa. A forma como várias pessoas estão agindo nesse segundo livro com essa rivalidade absurda tudo isso mostra quão deturpado é.

Para mim, um dos pontos altos é amizade que se formou entre as bruxas, Hester, Anadil e Dot, e a Agatha. Ela simboliza exatamente o que o conto de Agatha e Sophie significam: Uma amizade que supera a função de vilã e mocinha dentro de um conto de fadas.

O livro terminou de forma tensa. Você sente a necessidade de pegar o próximo livro e saber o que vai rolar. É um livro que te prende do começo ao fim e te empurra para o próximo. Eu particularmente gostei muito da escrita de Soman Chainani e me sinto muito animada para ler mais livros de sua autoria.

domingo, 20 de novembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol 1] - Soman Chainani

Primeiro volume da série A escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Agatha e Sophie moram no povoado de Galvadon. Lá, de quatro em quatro anos, dois adolescentes são sequestrados por alguém conhecido como diretor da escola. Os desaparecidos se tornam partes de contos de fadas. Sophie sempre sonhou em ser princesa e ela não vai medir esforços para chamar atenção do diretor e ser levada. É por isso que ela se torna amiga de Agatha. Faz parte do que ela considera uma boa ação. Agatha não acredita nessa história de diretor e escola do bem e do mal, contos de fadas. Ela é uma jovem solitária e que realmente considera Sophie sua amiga. Por isso, na noite do sequestro, ao notar algo estranho, ela corre para proteger sua única amiga. Assim, as duas meninas de Galvadon vão parar na escola do bem e do mal. Sophie na do mal e Agatha na do bem.

Desde o começo não há nenhuma dúvida em que a escolha das escolas foi bem acertada. Sophie faz tudo em seu próprio benefício, trapaceia, usa e ofende as pessoas. Enquanto isso, Agatha tem um coração bom e isso transborda em suas ações. Infelizmente, em um mundo de aparências Agatha mesmo estando na escola do bem é tratada mal e chamada de bruxa. Ela é alvo da desconfiança de todos. Sophie, insiste e persiste, que está na escola errada, que ela é do bem, sua aparência padrão de princesa também faz com que achem que houve uma troca, que está sendo usada pela bruxa etc etc.

Em certo momento da trama, depois de muitos perrengues, Agatha finalmente convence Sophie de que o melhor é voltar para casa antes que algo pior aconteça. As duas conseguem falar com o diretor da escola e chegam a conclusão de que só um beijo de amor verdadeiro dado a Sophie pode libertá-las. O amor verdadeiro seria Tedros.

Tedros é péssimo. Ele maltrata muito a Agatha e a chama de bruxa, mas inconscientemente todas as suas escolhas apontam para ela. Eu afundei demais como ele até o fim não confia nela (sério, ele vai ter um longo trabalho para me convencer porque. por enquanto. eu o acho inaceitável). Acho um tremendo de um hipócrita que mesmo querendo ser amado por quem é, só sabe julgar pelas aparências. 

Agatha, você merece bem mais. Eu amei demais esse livro. Eu acho que já tinha lido. Quando assisti o filme na netflix pensei que a história era familiar e decidi ler a série porque queria saber mais dos personagens (porque se li, não lembro nada direito). Tedros, por exemplo, tinha me parecido inconstante e volúvel no filme e hmm eu fui disso para péssimo (olha, acho bom ele melhorar). O foco narrativo alterna entre as duas protagonistas e eu agradeço demais por isso. É um livro perfeito para quem gosta de fantasia.

domingo, 13 de novembro de 2022

A verdadeira história de Itachi: Uma luz resplandecente - Masashi Kishimoto e Takashi Yano

Eis me aqui de novo com mais uma light novel do Naruto...

Primeiro volume da duologia sobre Itachi publicada pela editora Panini. Itachi é um personagem de Naruto. Irmão mais velho do Sasuke, é o responsável pelo massacre do próprio clã, o clã Uchiha

Nesse primeiro volume vamos conhecer melhor o personagem e ver o que se passava em sua mente. Aos 4 anos, Itachi é levado pelo pai ao campo de batalha e vê o resultado da guerra, corpos espalhados em todos os lados com expressões aterradoras. Nesse momento, ele toma uma decisão: se tornar um ninja poderoso e acabar com todas as guerras. Ele vive para alcançar esse objetivo e por isso se torna o prodígio da vila da folha.

Eu vivi completamente angustiada pela leitura e ela partiu meu coração várias vezes porque não é nenhuma surpresa o destino amargo do Itachi para quem assistiu o anime. Ver todo o esforço que ele fez, tudo que ele passou e em como mesmo com todo o preconceito que os Uchiha sofriam, ele se manteve fiel ao seu sonho, seguindo em frente para alcançar seu objetivo, magoam. Ele merecia ter sido protegido e melhor instruído. Ele merecia bem mais. Traz até um tom melancólico porque já sabemos o futuro dele, não tem como mudar. 

Para mim foram muito marcantes duas cenas: a inicial, dele no campo de batalha quando ele descobre em si o desejo de se tornar forte o suficiente para evitar guerras e o primeiro encontro dele com o Danzo. A primeira  porque doeu demais a exposição que ele teve a crueldade do mundo, imaginem o trauma e em como isso o transformou; e a segunda porque demonstra a ideia deturpada de proteção que ele tem e o motivo pelo qual ele não deveria ter pulado etapas na vida como ninja. Mostra que ele estava suscetível a cair em manipulação que tivesse como fim "proteger a vila da folha" (bastante aspas nisso aí). 

Não vou comentar mais do que isso para não dar muitos spoilers porque o livro é bem curtinho. Eu indico principalmente para quem é fã do universo Naruto e gostaria de entender melhor o personagem.

domingo, 6 de novembro de 2022

O pior padrinho da noiva - Mia Sosa

Publicado pela Harlequin. Quando vi a sinopse fiquei bastante curiosa por ter elementos brasileiros e assim que pude comprei meu exemplar. 

Carolina Santos recebe uma oportunidade maravilhosa de trabalhar para uma rede hotéis como coordenadora de casamentos, mas ela não esperava que com a oportunidade viesse o desgosto de encontrar o ex noivo, Andrew, e ser forçada a trabalhar com o irmão dele, Max, responsável por seu noivo ter desistido do casamento no dia.

Bem, antes de mais nada, vou dizer que eu pessoa de fora da situação, leitora, bebendo meu suquinho e comendo meus docinhos, olhei para o que estava acontecendo e pensei em como soava duvidoso que o irmão do noivo com uma conversa em um dia conseguisse convencê-lo de terminar seu relacionamento. Além do mais, o cara mandou o irmão para contar a noiva que ele tinha desistido do casamento. Então desde o começo, eu pensei de forma bastante favorável sobre o Max (vaaaaaaaaaaaai Max). Essa é a minha única ressalva em relação a plot. De resto, eu gostei bastante.

Lina é uma personagem forte. Filha de imigrantes, ela faz um esforço tremendo porque não quer decepcionar a mãe e as tias, que trabalharam muito duro pelo futuro dela e das primas. Acho a personagem bem gente como a gente nesse quesito porque as vezes o medo do fracasso nem é por nós mesmos, é por causa da decepção que podemos gerar ou não conseguir retribuir de alguma forma a ajuda que recebemos para nos erguer. A única coisa que não gostei muito foi em relação a pseudo vingança contra o Max e esse foi um dos motivos de ter enrolado um pouco na leitura, foi porque para mim não fazia muito sentido e que comentei no parágrafo anterior.

Max é meu fofinho. Não tem como um cara gostar de bolo e ser ruim. FIM. Ele gosta de bolo. Ele consegue comer muito bolo (amei demais). Eu tinha bastante receio de como iria funcionar a dinâmica entre eles porque né, ela quase casou com o irmão dele (hmmm Damon e Stefan de novo não). MAS acho que a autora foi bastante sensível em relação a isso e não construiu um triângulo amoroso (ótimo porque seria péssimo se tivesse um). A forma como foi conduzido foi confortável.

Como disse antes, a única coisa que eu não gostei foi a insistência em  querer se vingar do Max . Não foi ele que a abandonou no altar.  Não foi ele que prometeu nada para ela e sumiu. E para mim me parece contraproducente colocar em risco o trabalho que quero conquistar por algo que pensando com a cabeça fria parece duvidoso (e olha eu tô desde o começo falando que a situação era duvidosa). Depois que essa parte passa, minha leitura se tornou bem mais fluída e rápida. O relacionamento entre Max e Lina evolui constantemente e isso é bom (me convenceu).  Os personagens secundários me fazem querer conhecer mais sobre eles e acho que tem conteúdo para serem aproveitados como protagonistas de outros livros. Jaslene, a assistente da Lina, tem todas as características para ser protagonista e próprio Andrew, ex noivo da Lina, tem várias questões que podem ser retomadas em um próximo livro (fica aqui o meu desejo).