domingo, 25 de dezembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol 5] - Soman Chainani

 O cristal do tempo

Quinto volume da série A escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Rhian usurpa o trono de Camelot, prende Tedros e todos seus aliados. Além disso, obriga a Sophie a posar como sua rainha. Enquanto isso, Agatha consegue fugir e logo procura uma forma de salvar seus amigos e seu príncipe das mãos desse tirano. 

Sophie e Tedros são personagens que cresceram em mim durante a leitura. Todo mundo que leu minhas resenhas anteriores ou me acompanha no instagram sabe que tinha desistido do Tedros e dado a ele a faixa de pior príncipe de todos. Não sei se ele vai conseguir manter o sentimento no próximo livro (eu espero que sim pelo bem da minha personagem favorita, a Agatha), mas fiquei bastante feliz com o desenvolvimento dele nesse livro.

Já a Sophie foi essencial e mostrou exatamente porque veio.  Não quero dar muitos detalhes para não dar algum spoiler significativo, mas ela arrasou demais. Acho que o enredo mostrou mais dela, além da capa que ela usa para se proteger, exigiu mais dela e fez ela se dar conta de algumas coisas. Foi muito bom ver o crescimento dela sem perder certas características que fazem parte dela desde o começo da série até agora.

O poder da manipulação, das mentiras se fazem tão fortes e senti uma crítica na facilidade das pessoas em acreditarem em qualquer coisa, em construírem heróis aleatórios com aparência do bem e sem de fato ser do bem. Como disse antes, para mim estava bem na cara que o Rhian não era uma figura do bem e de que só poderia ser um impostor, mas a maioria dos líderes não só acreditaram nele como estavam dispostos a sacrificar aqueles que outrora lutaram pelo equilíbrio e proteção da floresta encantada por causa desse novo líder. 

O Rhian pode até ter boas intenções, mas de boas intenções o inferno está cheio e não acredito em quem sacrifica os outros para alcançar seu ideal. Os meios não podem justificar o fim.

O autor não tem pena de matar os personagens e meu coração ficou partido várias vezes entre o livro anterior e esse. Esse livro entregou muito (além de ter um plot twist que nossaaaa, eu não tava esperando não) e ficou lado a lado com meu favorito, o terceiro. Não consigo escolher entre os dois e não vou. Expectativas para o último fortemente criadas.

domingo, 18 de dezembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol. 4] - Soman Chainani

 Em busca da glória

Quarto livro da série Escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Quando achei que Tedros e Agatha teriam um relacionamento mais equilibrado boom tudo acontece e o final feliz já não é tão feliz como antes. Em Camelot, Tedros não consegue administrar o reinado, seu relacionamento com Agatha e o surgimento de um novo vilão, a Cobra. Ela se auto intitula filho mais velho de Arthur e herdeiro digno de Camelot. Toda essa insinuação afeta Tedros que é chamado rei de fachada. 

Por essa razão, Agatha deixa o castelo para investigar o que estaria acontecendo e se havia relação entre os fracassos das missões dos colegas de escola e a Cobra. 

Não foi difícil desvendar o mistério da Cobra e fiquei AAAAAAAAAAAAAAAH gente como vocês não conseguem perceber isso. Tá na cara de vocês. Só que eu sou leitora e vejo tudo de um melhor ângulo e achei uma tacada de mestre, o autor ter inserido uma personagem leitora recém chegada e que começou sim a desconfiar do que estava acontecendo. Ela nos representou dentro da história. Os personagens sempre respondem de acordo com o seu conto e tem dificuldades de encontrar as pistas que são óbvias para nós leitores. Achei bem satisfatório.

Outra coisa que achei maravilhosa na história foi a mensagem sobre as pessoas moldarem a verdade de acordo com seus próprios desejos para conseguir o que querem e em como isso é um jogo perigoso.

Tedros e Agatha como casal deram vários passos para trás (não é como se eu amasse o Tedros, eu só aceito que ele existe na história).  Sinceramente, não acho que entre o próximo e o último livro vou achar que serão um casal perfeito e digno porque Tedros nunca colabora. 

Hort de novo é meu príncipe e não importa que ele não seja de fato príncipe, o que importa sou eu (e é isso ai).  Acho que ele e o coven, Dot, Anadil e Hester, ganharam um pouco mais de espaço nesse livro. Espero que no próximo isso também ocorra porque acho que esses personagens merecem. Inclusive faço votos de ter um spin off sobre o Coven (ia ser o máximo).

É o quarto livro da série e não poderia deixar de dizer que mais uma vez saio dele querendo o próximo. Acho que a qualidade da história só melhora. Gostei de todos os livros, meu favorito continua o terceiro, mas estou achando um trabalho incrível e que se consegue manter a qualidade em todos os livros. Além disso, sempre consigo tirar uma mensagem bem forte de cada leitura e acho incrível. 

domingo, 11 de dezembro de 2022

Os números do amor - Helen Hoang

Primeiro livro da série Os números do amor publicada pela editora Paralela. Esse livro me chamou muita atenção por causa da sinopse e logo fiquei com muita vontade de ler. Porém, vi muitas resenhas negativas e positivas no goodreads sobre ele e decidi conter minhas expectativas porque todos levantavam pontos que respaldavam suas opiniões. Então, resolvi comprar tanto esse quanto um outro da autora, mas sabendo que as opiniões sobre estavam bem divididas no momento em que pesquisei.

Um livro que eu sabia que poderia não gostar. É isso que ele era. Porém foi um livro que amei demais (ainda bem).

Stella tem sucesso em sua carreira, é econometrista (essa foi a primeira vez que ouvi falar da profissão e achei bem interessante). Ela é autista e tem dificuldades em relação a toques e relacionamentos. Quando sua mãe levanta o assunto de querer netos, ela decide contratar um acompanhante profissional, Michael, para que a ensine sobre relacionamentos já que é algo complicado para ela.

É sim, se você pensou em Uma linda mulher, eu também pensei, é uma releitura do filme. Se você não gostou do filme, talvez não vá gostar tanto do livro.

No livro, dá para sentir tudo que a Stella passa de uma maneira muito vívida.  Dá para sentir os sentimentos do Michael também. Tudo isso te pega de uma forma que não sei explicar. Foi uma experiência bastante importante para mim. É bem real e me atingiu bem forte. 

O Michael é uma gracinha. Ele se apaixona logo pela Stella e não consegui parar de pensar nele. Logo de cara a gente já sabe o motivo dele se tornar um acompanhante profissional, mas mais informações são adicionadas conforme a leitura avança. Sem falar que a autora mostrou outras partes de quem ele é e não ficou focada em apenas um aspecto da vida dele.

O livro é narrado em terceira pessoa e o foco narrativo se divide entre os dois protagonistas. Ter acesso aos pensamentos e sentimentos de Michael faz toda a diferença aqui e foi bem necessário para o desenvolvimento do livro. Além disso, os personagens principais interagem com outros personagens, ou seja, a vida deles não se resume um ao outro. É uma leitura fluída e envolvente. Não consegui largar. Agora, acho que tem cenas hot demais. Se você gosta, não será um problema. Se você não gosta, talvez seja um aspecto negativo da leitura para você.

Tem uma nota bem interessante no final do livro onde a autora revela que teve o diagnóstico tardio de autismo e fala um pouco da experiência dela. Aconselho muito a não pularem.

domingo, 4 de dezembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol. 3] - Soman Chainani

 Infelizes para sempre

Terceiro volume da série A escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Se você ainda não leu os dois primeiros, preciso avisar que essa resenha terá spoilers porque os livros estão conectados. 

O livro mantém o mesmo nível dos antecessores, ou seja, já te empurra para o próximo porque você quer mais é saber como a história vai prosseguir. Tedros e Agatha foram banidos para Gavaldon porque Sophie aceitou o diretor do mal. Eles precisam voltar para o mundo dos contos, tentar resgatá-la e derrotar o diretor que colocou em curso seu plano de matar os antigos heróis dos contos de fada e assim destruir toda fé no bem. 

A questão é: Sophie quer ser resgatada? As coisas entre eles terminaram de forma bastante desagradável no livro passado. Tedros e Agatha não acreditaram nela quando a mesma disse que não estava se tornando bruxa e tentaram mandá-la de volta para Gavaldon sozinha. Sem falar que ficou óbvio que o Tedros teve sim interesse por ela e gerou uma torta de climão entre as amigas. 

Agatha continua como minha personagem favorita do livro e por isso não tem como eu não sentir um pouco de ranço pelo Tedros porque ele parece dar como garantido o relacionamento dele com ela e por isso não valoriza de forma alguma no começo. Ele não passa segurança nenhuma para ela (é isso). Tem umas conversas entre eles que até achei bacana, mas aí ele pisa na bola de novo e de novo (você faz o que? desiste dele e simplesmente só aceita de que ele é o príncipe da Agatha hahaha).

Sophie conseguiu perder a simpatia que tinha gerado em mim no livro anterior durante vários momentos desse. É bem perniciosa a forma como ela usa o sentimento dos outros para conseguir o que quer. A forma como ela trata a Agatha depois de tudo me irritou bastante. Principalmente quando ela coloca o relacionamento dela com o Rafal acima da vida de outras pessoas. Eu gosto muito de contos de fadas e ver meus personagens favoritos sendo assassinados foi um pouco duro para mim.

Só que eu consigo entender a Sophie que cresceu num lar sem amor, que não recebeu amor ou atenção do pai e que viu o pai entrar e sair da casa de uma mulher e ter filhos com ela enquanto sua mãe definhava assistindo. Não importa nada do que foi revelado depois, o que importa é que ela não deveria ter sido exposta a esse tipo de situação.  Então, sim, entendo completamente porque a Sophie é egoísta. Faz todo sentido ela ser assim porque os sentimentos dela nunca tiveram importância para quem deveria ter cuidado dela.

Medalha de ouro para Hester, Anadil e Dot. Se tem pessoas que não prometeram nada, mas entregaram tudo são elas. As três personagens foram me ganhando aos poucos desde o primeiro livro. Além disso, amo amizade delas com a Agatha e os esforços delas para devolver o equilíbrio ao mundo dos contos (as protagonistas chegaram q). 

HORT, EU TE AMO. Hort é meu personagem masculino favorito. Desde o começo, para mim ficou bem claro, que a Sophie está tão preocupada com a aparência do bem etc, que ela não é capaz de encontrar o amor verdadeiro. Para mim, o dela é o Hort, mas ela só acha que finais felizes são entre membros da nobreza e por isso não acha o dela.

Esse se tornou meu livro favorito (até agora). Trouxe toda a informação necessária para entender melhor a história de Sophie e Agatha. Além disso evidenciou o plano do diretor do mal e trouxe a batalha épica pelo equilíbrio.