domingo, 25 de dezembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol 5] - Soman Chainani

 O cristal do tempo

Quinto volume da série A escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Rhian usurpa o trono de Camelot, prende Tedros e todos seus aliados. Além disso, obriga a Sophie a posar como sua rainha. Enquanto isso, Agatha consegue fugir e logo procura uma forma de salvar seus amigos e seu príncipe das mãos desse tirano. 

Sophie e Tedros são personagens que cresceram em mim durante a leitura. Todo mundo que leu minhas resenhas anteriores ou me acompanha no instagram sabe que tinha desistido do Tedros e dado a ele a faixa de pior príncipe de todos. Não sei se ele vai conseguir manter o sentimento no próximo livro (eu espero que sim pelo bem da minha personagem favorita, a Agatha), mas fiquei bastante feliz com o desenvolvimento dele nesse livro.

Já a Sophie foi essencial e mostrou exatamente porque veio.  Não quero dar muitos detalhes para não dar algum spoiler significativo, mas ela arrasou demais. Acho que o enredo mostrou mais dela, além da capa que ela usa para se proteger, exigiu mais dela e fez ela se dar conta de algumas coisas. Foi muito bom ver o crescimento dela sem perder certas características que fazem parte dela desde o começo da série até agora.

O poder da manipulação, das mentiras se fazem tão fortes e senti uma crítica na facilidade das pessoas em acreditarem em qualquer coisa, em construírem heróis aleatórios com aparência do bem e sem de fato ser do bem. Como disse antes, para mim estava bem na cara que o Rhian não era uma figura do bem e de que só poderia ser um impostor, mas a maioria dos líderes não só acreditaram nele como estavam dispostos a sacrificar aqueles que outrora lutaram pelo equilíbrio e proteção da floresta encantada por causa desse novo líder. 

O Rhian pode até ter boas intenções, mas de boas intenções o inferno está cheio e não acredito em quem sacrifica os outros para alcançar seu ideal. Os meios não podem justificar o fim.

O autor não tem pena de matar os personagens e meu coração ficou partido várias vezes entre o livro anterior e esse. Esse livro entregou muito (além de ter um plot twist que nossaaaa, eu não tava esperando não) e ficou lado a lado com meu favorito, o terceiro. Não consigo escolher entre os dois e não vou. Expectativas para o último fortemente criadas.

domingo, 18 de dezembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol. 4] - Soman Chainani

 Em busca da glória

Quarto livro da série Escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Quando achei que Tedros e Agatha teriam um relacionamento mais equilibrado boom tudo acontece e o final feliz já não é tão feliz como antes. Em Camelot, Tedros não consegue administrar o reinado, seu relacionamento com Agatha e o surgimento de um novo vilão, a Cobra. Ela se auto intitula filho mais velho de Arthur e herdeiro digno de Camelot. Toda essa insinuação afeta Tedros que é chamado rei de fachada. 

Por essa razão, Agatha deixa o castelo para investigar o que estaria acontecendo e se havia relação entre os fracassos das missões dos colegas de escola e a Cobra. 

Não foi difícil desvendar o mistério da Cobra e fiquei AAAAAAAAAAAAAAAH gente como vocês não conseguem perceber isso. Tá na cara de vocês. Só que eu sou leitora e vejo tudo de um melhor ângulo e achei uma tacada de mestre, o autor ter inserido uma personagem leitora recém chegada e que começou sim a desconfiar do que estava acontecendo. Ela nos representou dentro da história. Os personagens sempre respondem de acordo com o seu conto e tem dificuldades de encontrar as pistas que são óbvias para nós leitores. Achei bem satisfatório.

Outra coisa que achei maravilhosa na história foi a mensagem sobre as pessoas moldarem a verdade de acordo com seus próprios desejos para conseguir o que querem e em como isso é um jogo perigoso.

Tedros e Agatha como casal deram vários passos para trás (não é como se eu amasse o Tedros, eu só aceito que ele existe na história).  Sinceramente, não acho que entre o próximo e o último livro vou achar que serão um casal perfeito e digno porque Tedros nunca colabora. 

Hort de novo é meu príncipe e não importa que ele não seja de fato príncipe, o que importa sou eu (e é isso ai).  Acho que ele e o coven, Dot, Anadil e Hester, ganharam um pouco mais de espaço nesse livro. Espero que no próximo isso também ocorra porque acho que esses personagens merecem. Inclusive faço votos de ter um spin off sobre o Coven (ia ser o máximo).

É o quarto livro da série e não poderia deixar de dizer que mais uma vez saio dele querendo o próximo. Acho que a qualidade da história só melhora. Gostei de todos os livros, meu favorito continua o terceiro, mas estou achando um trabalho incrível e que se consegue manter a qualidade em todos os livros. Além disso, sempre consigo tirar uma mensagem bem forte de cada leitura e acho incrível. 

domingo, 11 de dezembro de 2022

Os números do amor - Helen Hoang

Primeiro livro da série Os números do amor publicada pela editora Paralela. Esse livro me chamou muita atenção por causa da sinopse e logo fiquei com muita vontade de ler. Porém, vi muitas resenhas negativas e positivas no goodreads sobre ele e decidi conter minhas expectativas porque todos levantavam pontos que respaldavam suas opiniões. Então, resolvi comprar tanto esse quanto um outro da autora, mas sabendo que as opiniões sobre estavam bem divididas no momento em que pesquisei.

Um livro que eu sabia que poderia não gostar. É isso que ele era. Porém foi um livro que amei demais (ainda bem).

Stella tem sucesso em sua carreira, é econometrista (essa foi a primeira vez que ouvi falar da profissão e achei bem interessante). Ela é autista e tem dificuldades em relação a toques e relacionamentos. Quando sua mãe levanta o assunto de querer netos, ela decide contratar um acompanhante profissional, Michael, para que a ensine sobre relacionamentos já que é algo complicado para ela.

É sim, se você pensou em Uma linda mulher, eu também pensei, é uma releitura do filme. Se você não gostou do filme, talvez não vá gostar tanto do livro.

No livro, dá para sentir tudo que a Stella passa de uma maneira muito vívida.  Dá para sentir os sentimentos do Michael também. Tudo isso te pega de uma forma que não sei explicar. Foi uma experiência bastante importante para mim. É bem real e me atingiu bem forte. 

O Michael é uma gracinha. Ele se apaixona logo pela Stella e não consegui parar de pensar nele. Logo de cara a gente já sabe o motivo dele se tornar um acompanhante profissional, mas mais informações são adicionadas conforme a leitura avança. Sem falar que a autora mostrou outras partes de quem ele é e não ficou focada em apenas um aspecto da vida dele.

O livro é narrado em terceira pessoa e o foco narrativo se divide entre os dois protagonistas. Ter acesso aos pensamentos e sentimentos de Michael faz toda a diferença aqui e foi bem necessário para o desenvolvimento do livro. Além disso, os personagens principais interagem com outros personagens, ou seja, a vida deles não se resume um ao outro. É uma leitura fluída e envolvente. Não consegui largar. Agora, acho que tem cenas hot demais. Se você gosta, não será um problema. Se você não gosta, talvez seja um aspecto negativo da leitura para você.

Tem uma nota bem interessante no final do livro onde a autora revela que teve o diagnóstico tardio de autismo e fala um pouco da experiência dela. Aconselho muito a não pularem.

domingo, 4 de dezembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol. 3] - Soman Chainani

 Infelizes para sempre

Terceiro volume da série A escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Se você ainda não leu os dois primeiros, preciso avisar que essa resenha terá spoilers porque os livros estão conectados. 

O livro mantém o mesmo nível dos antecessores, ou seja, já te empurra para o próximo porque você quer mais é saber como a história vai prosseguir. Tedros e Agatha foram banidos para Gavaldon porque Sophie aceitou o diretor do mal. Eles precisam voltar para o mundo dos contos, tentar resgatá-la e derrotar o diretor que colocou em curso seu plano de matar os antigos heróis dos contos de fada e assim destruir toda fé no bem. 

A questão é: Sophie quer ser resgatada? As coisas entre eles terminaram de forma bastante desagradável no livro passado. Tedros e Agatha não acreditaram nela quando a mesma disse que não estava se tornando bruxa e tentaram mandá-la de volta para Gavaldon sozinha. Sem falar que ficou óbvio que o Tedros teve sim interesse por ela e gerou uma torta de climão entre as amigas. 

Agatha continua como minha personagem favorita do livro e por isso não tem como eu não sentir um pouco de ranço pelo Tedros porque ele parece dar como garantido o relacionamento dele com ela e por isso não valoriza de forma alguma no começo. Ele não passa segurança nenhuma para ela (é isso). Tem umas conversas entre eles que até achei bacana, mas aí ele pisa na bola de novo e de novo (você faz o que? desiste dele e simplesmente só aceita de que ele é o príncipe da Agatha hahaha).

Sophie conseguiu perder a simpatia que tinha gerado em mim no livro anterior durante vários momentos desse. É bem perniciosa a forma como ela usa o sentimento dos outros para conseguir o que quer. A forma como ela trata a Agatha depois de tudo me irritou bastante. Principalmente quando ela coloca o relacionamento dela com o Rafal acima da vida de outras pessoas. Eu gosto muito de contos de fadas e ver meus personagens favoritos sendo assassinados foi um pouco duro para mim.

Só que eu consigo entender a Sophie que cresceu num lar sem amor, que não recebeu amor ou atenção do pai e que viu o pai entrar e sair da casa de uma mulher e ter filhos com ela enquanto sua mãe definhava assistindo. Não importa nada do que foi revelado depois, o que importa é que ela não deveria ter sido exposta a esse tipo de situação.  Então, sim, entendo completamente porque a Sophie é egoísta. Faz todo sentido ela ser assim porque os sentimentos dela nunca tiveram importância para quem deveria ter cuidado dela.

Medalha de ouro para Hester, Anadil e Dot. Se tem pessoas que não prometeram nada, mas entregaram tudo são elas. As três personagens foram me ganhando aos poucos desde o primeiro livro. Além disso, amo amizade delas com a Agatha e os esforços delas para devolver o equilíbrio ao mundo dos contos (as protagonistas chegaram q). 

HORT, EU TE AMO. Hort é meu personagem masculino favorito. Desde o começo, para mim ficou bem claro, que a Sophie está tão preocupada com a aparência do bem etc, que ela não é capaz de encontrar o amor verdadeiro. Para mim, o dela é o Hort, mas ela só acha que finais felizes são entre membros da nobreza e por isso não acha o dela.

Esse se tornou meu livro favorito (até agora). Trouxe toda a informação necessária para entender melhor a história de Sophie e Agatha. Além disso evidenciou o plano do diretor do mal e trouxe a batalha épica pelo equilíbrio.

domingo, 27 de novembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol.2] - Soman Chainani

Um mundo sem príncipes 

Segundo volume da série escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Por ter seus livros conectados, a resenha pode conter spoilers do primeiro livro. Agatha e Sophie estão de volta a Gavaldon para viver o felizes para sempre juntas. Entretanto, as coisas não são mais como antes e Agatha tem que lidar com o seu amor perdido e com receios. Em seu coração acaba fazendo um pedido, a história das duas é reaberta e Sophie sofre ataques. As duas acabam de novo na escola do bem e do mal, mas descobrem que as coisas não são mais as mesmas: a divisão da escola agora é entre meninos e meninas.

Sophie continua egoísta, mas a gente começa a simpatizar com ela em alguns momentos. Agatha continua sendo um raio de sol de bondade e que não merecia nem um terço do que está passando. Enquanto ela é  fiel aos sentimentos que nutre por Tedros, ele continua não confiando nela. Sem confiança, não acredito no amor que ele diz sentir por ela.

Tedros é o pior príncipe da história dos príncipes. Sei que ele tem um histórico horrível familiar, mas não dá. Ele se tornou um vilão. A essa altura do campeonato se ele não fizer algo extremamente fantástico nos próximos livros e se redimir, vamos ter só ranço e ranço transbordando para ele. A Agatha já mostrou sua bondade e como ela é do bem inúmeras vezes durante o livro anterior. Não cabe nenhuma desconfiança sobre o caráter dela em hipótese alguma.

Eu li esse livro e entendi como o perigo de interpretar as coisas de forma errada sendo retratado. Tudo sai do controle porque ninguém entendeu o conto de fadas de Agatha e Sophie como simplesmente deveria ser lido, o poder da amizade. Era um conto sobre duas amigas e fim. Criou-se uma rivalidade entre meninos e meninas por causa de uma falha em perceber o que verdadeiramente importa, a lição central do conto. Eu senti a mesma coisa que sinto quando alguém me diz que Cinderela é sobre casamento quando na verdade é sobre perseverança. 

Sinto como se o autor estivesse o tempo todo falando em como os contos são deturpados e as vezes vistos de uma única forma. A visão da Sophie sobre o que é ser princesa, sobre ser do bem no primeiro livro mostra isso. Não só isso, o comportamento dos príncipes e princesas que são egoístas e frívolos como se todos devessem agir de determinado jeito e aparentar um padrão para ser príncipe ou príncesa. A forma como várias pessoas estão agindo nesse segundo livro com essa rivalidade absurda tudo isso mostra quão deturpado é.

Para mim, um dos pontos altos é amizade que se formou entre as bruxas, Hester, Anadil e Dot, e a Agatha. Ela simboliza exatamente o que o conto de Agatha e Sophie significam: Uma amizade que supera a função de vilã e mocinha dentro de um conto de fadas.

O livro terminou de forma tensa. Você sente a necessidade de pegar o próximo livro e saber o que vai rolar. É um livro que te prende do começo ao fim e te empurra para o próximo. Eu particularmente gostei muito da escrita de Soman Chainani e me sinto muito animada para ler mais livros de sua autoria.

domingo, 20 de novembro de 2022

A escola do bem e do mal [vol 1] - Soman Chainani

Primeiro volume da série A escola do bem e do mal publicada pela editora Gutenberg. Agatha e Sophie moram no povoado de Galvadon. Lá, de quatro em quatro anos, dois adolescentes são sequestrados por alguém conhecido como diretor da escola. Os desaparecidos se tornam partes de contos de fadas. Sophie sempre sonhou em ser princesa e ela não vai medir esforços para chamar atenção do diretor e ser levada. É por isso que ela se torna amiga de Agatha. Faz parte do que ela considera uma boa ação. Agatha não acredita nessa história de diretor e escola do bem e do mal, contos de fadas. Ela é uma jovem solitária e que realmente considera Sophie sua amiga. Por isso, na noite do sequestro, ao notar algo estranho, ela corre para proteger sua única amiga. Assim, as duas meninas de Galvadon vão parar na escola do bem e do mal. Sophie na do mal e Agatha na do bem.

Desde o começo não há nenhuma dúvida em que a escolha das escolas foi bem acertada. Sophie faz tudo em seu próprio benefício, trapaceia, usa e ofende as pessoas. Enquanto isso, Agatha tem um coração bom e isso transborda em suas ações. Infelizmente, em um mundo de aparências Agatha mesmo estando na escola do bem é tratada mal e chamada de bruxa. Ela é alvo da desconfiança de todos. Sophie, insiste e persiste, que está na escola errada, que ela é do bem, sua aparência padrão de princesa também faz com que achem que houve uma troca, que está sendo usada pela bruxa etc etc.

Em certo momento da trama, depois de muitos perrengues, Agatha finalmente convence Sophie de que o melhor é voltar para casa antes que algo pior aconteça. As duas conseguem falar com o diretor da escola e chegam a conclusão de que só um beijo de amor verdadeiro dado a Sophie pode libertá-las. O amor verdadeiro seria Tedros.

Tedros é péssimo. Ele maltrata muito a Agatha e a chama de bruxa, mas inconscientemente todas as suas escolhas apontam para ela. Eu afundei demais como ele até o fim não confia nela (sério, ele vai ter um longo trabalho para me convencer porque. por enquanto. eu o acho inaceitável). Acho um tremendo de um hipócrita que mesmo querendo ser amado por quem é, só sabe julgar pelas aparências. 

Agatha, você merece bem mais. Eu amei demais esse livro. Eu acho que já tinha lido. Quando assisti o filme na netflix pensei que a história era familiar e decidi ler a série porque queria saber mais dos personagens (porque se li, não lembro nada direito). Tedros, por exemplo, tinha me parecido inconstante e volúvel no filme e hmm eu fui disso para péssimo (olha, acho bom ele melhorar). O foco narrativo alterna entre as duas protagonistas e eu agradeço demais por isso. É um livro perfeito para quem gosta de fantasia.

domingo, 13 de novembro de 2022

A verdadeira história de Itachi: Uma luz resplandecente - Masashi Kishimoto e Takashi Yano

Eis me aqui de novo com mais uma light novel do Naruto...

Primeiro volume da duologia sobre Itachi publicada pela editora Panini. Itachi é um personagem de Naruto. Irmão mais velho do Sasuke, é o responsável pelo massacre do próprio clã, o clã Uchiha

Nesse primeiro volume vamos conhecer melhor o personagem e ver o que se passava em sua mente. Aos 4 anos, Itachi é levado pelo pai ao campo de batalha e vê o resultado da guerra, corpos espalhados em todos os lados com expressões aterradoras. Nesse momento, ele toma uma decisão: se tornar um ninja poderoso e acabar com todas as guerras. Ele vive para alcançar esse objetivo e por isso se torna o prodígio da vila da folha.

Eu vivi completamente angustiada pela leitura e ela partiu meu coração várias vezes porque não é nenhuma surpresa o destino amargo do Itachi para quem assistiu o anime. Ver todo o esforço que ele fez, tudo que ele passou e em como mesmo com todo o preconceito que os Uchiha sofriam, ele se manteve fiel ao seu sonho, seguindo em frente para alcançar seu objetivo, magoam. Ele merecia ter sido protegido e melhor instruído. Ele merecia bem mais. Traz até um tom melancólico porque já sabemos o futuro dele, não tem como mudar. 

Para mim foram muito marcantes duas cenas: a inicial, dele no campo de batalha quando ele descobre em si o desejo de se tornar forte o suficiente para evitar guerras e o primeiro encontro dele com o Danzo. A primeira  porque doeu demais a exposição que ele teve a crueldade do mundo, imaginem o trauma e em como isso o transformou; e a segunda porque demonstra a ideia deturpada de proteção que ele tem e o motivo pelo qual ele não deveria ter pulado etapas na vida como ninja. Mostra que ele estava suscetível a cair em manipulação que tivesse como fim "proteger a vila da folha" (bastante aspas nisso aí). 

Não vou comentar mais do que isso para não dar muitos spoilers porque o livro é bem curtinho. Eu indico principalmente para quem é fã do universo Naruto e gostaria de entender melhor o personagem.

domingo, 6 de novembro de 2022

O pior padrinho da noiva - Mia Sosa

Publicado pela Harlequin. Quando vi a sinopse fiquei bastante curiosa por ter elementos brasileiros e assim que pude comprei meu exemplar. 

Carolina Santos recebe uma oportunidade maravilhosa de trabalhar para uma rede hotéis como coordenadora de casamentos, mas ela não esperava que com a oportunidade viesse o desgosto de encontrar o ex noivo, Andrew, e ser forçada a trabalhar com o irmão dele, Max, responsável por seu noivo ter desistido do casamento no dia.

Bem, antes de mais nada, vou dizer que eu pessoa de fora da situação, leitora, bebendo meu suquinho e comendo meus docinhos, olhei para o que estava acontecendo e pensei em como soava duvidoso que o irmão do noivo com uma conversa em um dia conseguisse convencê-lo de terminar seu relacionamento. Além do mais, o cara mandou o irmão para contar a noiva que ele tinha desistido do casamento. Então desde o começo, eu pensei de forma bastante favorável sobre o Max (vaaaaaaaaaaaai Max). Essa é a minha única ressalva em relação a plot. De resto, eu gostei bastante.

Lina é uma personagem forte. Filha de imigrantes, ela faz um esforço tremendo porque não quer decepcionar a mãe e as tias, que trabalharam muito duro pelo futuro dela e das primas. Acho a personagem bem gente como a gente nesse quesito porque as vezes o medo do fracasso nem é por nós mesmos, é por causa da decepção que podemos gerar ou não conseguir retribuir de alguma forma a ajuda que recebemos para nos erguer. A única coisa que não gostei muito foi em relação a pseudo vingança contra o Max e esse foi um dos motivos de ter enrolado um pouco na leitura, foi porque para mim não fazia muito sentido e que comentei no parágrafo anterior.

Max é meu fofinho. Não tem como um cara gostar de bolo e ser ruim. FIM. Ele gosta de bolo. Ele consegue comer muito bolo (amei demais). Eu tinha bastante receio de como iria funcionar a dinâmica entre eles porque né, ela quase casou com o irmão dele (hmmm Damon e Stefan de novo não). MAS acho que a autora foi bastante sensível em relação a isso e não construiu um triângulo amoroso (ótimo porque seria péssimo se tivesse um). A forma como foi conduzido foi confortável.

Como disse antes, a única coisa que eu não gostei foi a insistência em  querer se vingar do Max . Não foi ele que a abandonou no altar.  Não foi ele que prometeu nada para ela e sumiu. E para mim me parece contraproducente colocar em risco o trabalho que quero conquistar por algo que pensando com a cabeça fria parece duvidoso (e olha eu tô desde o começo falando que a situação era duvidosa). Depois que essa parte passa, minha leitura se tornou bem mais fluída e rápida. O relacionamento entre Max e Lina evolui constantemente e isso é bom (me convenceu).  Os personagens secundários me fazem querer conhecer mais sobre eles e acho que tem conteúdo para serem aproveitados como protagonistas de outros livros. Jaslene, a assistente da Lina, tem todas as características para ser protagonista e próprio Andrew, ex noivo da Lina, tem várias questões que podem ser retomadas em um próximo livro (fica aqui o meu desejo).

domingo, 30 de outubro de 2022

Reino de ferro - Holly Black

Último livro da trilogia Contos de fadas modernos e é o único que não tinha lido (os outros eu reli aproveitando o relançamento). A Kaye está passando por uma crise por não saber a que lugar pertence. Ela se sente uma impostora junto da mãe humana e não se sente bem vinda no reino das fadas. Para completar seus problemas, manipulada durante a coroação de Roiben, ela acaba fazendo uma declaração que não é bem vinda por ele.

Kaye já sabe que foi trocada. Tiraram a filha humana de Ellen e colocaram ela no lugar. Isso gerou uma crise de identidade forte nela. Ela não tem culpa do que fizeram, mas se culpa. Para completar ela parece não ter espaço no reino das fadas e não entende como esse mundo funciona. Gostei muito mais da Kaye nesse livro do que no primeiro. Eu consegui entender melhor a personagem e seus dilemas. 

Além desse sofrimento de se sentir uma impostora dentro de casa, junto com a família humana. Ela tem o coração partido pelo Roiben quando ele não responde bem a declaração feita por ela. Durante a coroação, dizem para ela que é costume fazer uma declaração e receber uma missão que ela deve completar para se tornar consorte do rei. Quando a declaração não é bem vinda pelo monarca, ele dá uma missão impossível para jamais voltar a ver a pessoa. Kaye, criada por humanos, pensa de forma simples que a declaração nada mais é do que revelar seus sentimentos. Só que dá errado e Roiben pede que ela encontre uma fada que possa mentir, o que sabemos ser uma missão impossível porque fadas não mentem. 

Roiben também foi uma grata surpresa. Muitas atitudes dele e o relacionamento com a Kaye no primeiro livro deixaram a desejar (tóxico). Tinha muitas dúvidas se gostava dele ou não. Nesse livro ele foi muito melhor desenvolvido e para mim ficou claro os motivos de muitas das atitudes dele ao longo da história (muitas, não todas). 

Corny, melhor amigo da Kaye, teve ainda mais destaque nesse livro. Luis, que conhecemos no segundo livro, faz uma participação significativa. Amei demais porque ele foi um personagem que cresceu muito no segundo livro e que eu queria ver ter um final feliz (e veio). Luis e Corny acontecendo (eu tava só gritando e mandando foto para os outros).

Melhor livro da trilogia sim. Apaixonada, simplesmente apaixonada! Só lamento pelo Ravus e Val não terem aparecido tanto (eles só fizeram uma pontinha para mostrar que tá tudo bem com eles). Acho que todos os casais retratados na trilogia mereciam epílogos para a gente matar a saudade e vê-los felizes porque depois de tantas coisas vividas por eles, felizes para sempre é muito mais do que bem vindo.

domingo, 23 de outubro de 2022

Para ganhar de um duque - Suzanne Enoch

Último livro da trilogia Receba esta aliança publicada pela editora Harlequin. É um livro conectado a trilogia lições de amor e que, tecnicamente, deveria ser lido antes dela. Greydon é duque e é sumonado no campo pelo tio, conde, que está enfrentando maus bocados por causa de má administração de suas terras. Ele pede a Grey que trace um plano para salvar seu patrimônio. Uma das formas de resolver os problemas, é aumentando o aluguel de todos os seus locatários, mas um deles não vai aceitar isso. A diretora da academia da srta Grenville, Emma Grenville não vai aceitar esse aumento tão facilmente.

Grey é o típico duque presunçoso e que acha que sabe tudo e na verdade está tão centrado em si mesmo que não vê além. Ele é libertino e tem intenções nada honrosas para com a nossa protagonista (ódio, tenho muito). Eu amei a Emma dando fora nele logo no começo. Que mulher! Ele merecia ouvir boas verdades.

O tio do Grey é bem irresponsável passando para o sobrinho a responsabilidade de traçar um plano e na hora de conversar com a Emma, meio que coloca a culpa no Grey dos aumentos dos alugueis (Meu senhor, a culpa é sua por não supervisionar o trabalho do seu administrador). Pode até ter outras formas de salvar a propriedade, mas acho que o dono dela deveria então descartar as ideias do sobrinho, se não gostou delas e pensar ele mesmo em outra solução que o agrade.

Emma é teimosa, inteligente e não tem papas na língua. Tem momentos que ela me pareceu um pouco mal educada sim. Acho que não teria como fugir de um reajuste e ela deveria ter focado em negociar a quantia do mesmo, mas ela meio que quer obrigar não ter nenhum reajuste só porque a instituição de ensino geraria uma boa reputação para as terras. Ela inclusive diz que o Grey deveria pagar as dívidas do tio para que não tivesse o aumento (eu acho que ele poderia, mas não é obrigação dele).

O aumento foi demais e sim tinha que ser negociado, mas não deveria ir além disso. Achei incrível a autora ter feito a personagem procurar um representante legal, mas infelizmente não foi por aí que ela seguiu.  Queria muito ter visto um embate legal entre eles e ela demonstrando o quanto a academia dela fazia um trabalho significativo e merecia investimentos e isenção de aluguel. 

É claro que mesmo sem embate legal, de um jeito ou de outro, o trabalho da Emma, o tipo de educação que ela vem proporcionando fica evidente em cada página.  É ótimo ver o Grey quebrando a cara (principalmente isso) quando vai se dando conta. 

Em vez de embate legal, ganhamos uma aposta entre eles. Enquanto ela precisa traçar um plano melhor do que o dele para a propriedade, ele precisa ensinar uma turma na academia. A parte dele na aposta sinceramente não fez muito sentido para mim porque não tem nada a ver com o aluguel, nada. Porém gerou cenas cômicas e também fez o duque ver coisas de outra forma.

Num geral é um livro bem legal. O duque me irritou bastante no começo, mas ele tem uma transição bacana. Quando a Suzanne Enoch quer construir um libertino, ela faz mesmo sem pena nenhuma de quem está lendo. A única ressalva que eu tenho é que gostaria que a Emma não tivesse cedido ao charme do duque. Não acho racional trocar toda a segurança que ela adquiriu por um momento que poderia muito bem ser passageiro. Acho que essa atitude não combina com a personagem porque ela parecia muito mais racional do que emocional e naquela época ela poderia perder tudo por causa disso.  

De novo, li o último livro da trilogia primeiro. Na verdade, não tinha muita intenção de ler os outros, só queria ler esse por sua conexão com a outra trilogia da autora, mas li resenhas da Sil do leituras da Sil  e fiquei com vontade de ler os anteriores.

domingo, 16 de outubro de 2022

Os seis grous - Elizabeth Lim

Primeiro livro da duologia Os seis grous publicada pela Plataforma 21. Nele vamos acompanhar a saga de Shiori, princesa do reino de Kiata, que ao descobrir a verdadeira identidade de sua madrasta, é amaldiçoada a não poder falar além de ter parte sua cabeça tapada com uma tigela de madeira e seus irmãos são transformados em grous. Banida do reino e sem poder contar o que aconteceu, Shiori procura por seus irmãos e uma forma de voltar para casa e desmascarar sua madrasta.

A Shiori é uma princesa completamente fora do padrão. Seus modos são diferentes do que estamos acostumados em histórias sobre pessoas da realeza. Ela foi muito mimada e não parece pensar muito sobre dever e responsabilidade. Ela é muito impulsiva e inconsequente. Essa última é uma característica que não gosto muito. EU sabia que o negócio ia dar errado porque era óbvio e ela inclusive foi avisada do perigo pela ave de papel mágica que ela fez. Mesmo assim, deu no que deu e boom maldição para todo lado (um pássaro de papel é mais sensato do que ela eitaaaa). A relação dela com a ave, Kiki, me lembrou muito a da do grilo falante com o Pinóquio.

Antes de ser amaldiçoada, nossa princesa estava prometida ao Takkan, um jovem nobre que mora no norte. O caminho dos dois se cruza nessa jornada dela de busca pelos irmãos. Ela não estava nenhum pouco satisfeita com esse casamento porque ela moraria longe da família e de tudo que conhecia. Além de ser  preconceituosa em relação a ele e as pessoas que moravam no norte, mas se vê lá e convivendo com pessoas do lugar.

Eu odeio triângulos amorosos e estava feliz pensando que não ocorreria um aqui, mas temos indícios de um possível (já fiquei meio meh) para o próximo livro, espero que os indícios estejam errados porque amo os dois e não acho que a Shiori seja a última fatia do bolo não para gerar tanta comoção assim. 

Essa jornada tinha tudo para ser transformadora, mas ela continuou impulsiva e se achando.  Quero deixar bem claro que não acho a personagem ruim, mas acho que foi perdida uma oportunidade de transformar as falhas dela porque passou por situações que confrontam e ensinam. A personagem vive dizendo que amadureceu, mas é algo que não consegui ver (e eu tentei).

A autora reconta o conto Os seis cisnes incorporando elementos asiáticos. Gosto muito de contos de fadas e quando vi a sinopse desse livro fiquei bastante animada. É minha primeira experiência de leitura com a autora e sinceramente achei agradável. Uma das minhas cenas favoritas é do reencontro com os irmãos. Foi uma montanha russa de emoções (muito boa, gente). Tenho a ressalva da jornada da personagem que achei ineficiente, pois a protagonista não mudou nada, mas é minha única crítica.

domingo, 9 de outubro de 2022

A hipótese do amor - Ali Hazelwood

Publicado pela editora Arqueiro. Era um livro que estava bem curiosa para ler, mas tinha certo receio por pensar, após ler a sinopse, que pudesse ser um relacionamento em que a protagonista feminina fosse aluna do protagonista masculino porque não gosto, não gosto mesmo. Foi graças a resenha da Cida do Moonlight books que descobri não ser essa situação e pude ler com mais tranquilidade.

Olive é uma estudante de doutorado. Ao descobrir que sua melhor amiga, Ahn, gosta de um ex dela, resolve mentir e dizer que já está em outro relacionamento para que a amiga não se sinta culpada e fique com o cara. O problema é que ela é quase pega na mentira e no desespero beija a primeira pessoa que vê passar no corredor. Essa pessoa não é nada mais nada menos do que um dos professores mais temidos da pós, Adam.

Algo que me incomodou bastante foi o beijo no corredor. Se eu fosse beijada da forma que a Olive, beija o Adam, ia ficar muito p da vida e me sentir muito mal. E que motivo meio tosco para beijar um completo desconhecido. Ela não podia conversar com a amiga? ser honesta, dizer que não sentia nada pelo cara. Isso é algo que me deixou meio travada no início da leitura e me fez dar uma enrolada.

A carência da Olive é tão grande que ela não acredita na Ahn, não acredita que a Ahn queira continuar amiga dela e por isso ela é motivada a esconder e agir da forma que agiu. Eu demorei para entender.  Fiquei uns bons dias sem ler presa a situação horrível do beijo (não foi nenhum pouco legal), mas consegui abrir um pouco meu coração para Olive depois de entender um pouco sua solidão e seu desejo por agradar os outros. Só que ela não é uma personagem que me agradou muito no começo e é isso, não me forcei a gostar dela. Entendo algumas atitudes dela, outras não. A amizade com a Ahn, eu achei péssima. Ela mandava a Olive fazer coisas e a Olive seguia, parecia uma versão bizarra de siga o mestre (sem falar da falta de sinceridade). A amizade que eu gostei foi a da Olive com o Malcolm. Ele é a única pessoa com quem ela se abre desde o começo. Entretanto, com o passar do tempo, preciso dizer que Olive me ganhou de alguma forma.

Adam foi uma surpresa. Quiseram pintar ele como professor babaca e eu pensando ai ata não tô vendo isso, mas tudo bem. Eu gostaria muito de ver ele avaliando algum aluno para ter a tal dimensão de tudo que alguns disseram sobre ele.  O foco narrativo está na Olive, mas narrativa em terceira pessoa fez sua mágica e estava bem desconfiada do rótulo que colocaram nele. Como não vi ele sendo babaca com aluno nenhum, não quero nem saber da opinião de personagens secundários. O que percebi é que ele é muito direto e não dá rodeios quando faz críticas.

Penso que Adam foi melhor construído do que Olive. Acho que faltou um pouco de equilíbrio na personagem dela, mas quando me pego pensando na personagem de novo, estava acontecendo muita coisa somando ao que já tinha rolado com ela com a perda da mãe.

Tenho essas ressalvas sobre a protagonista, mas num geral gostei bastante do livro. Gostei da autora falar sobre o machismo sofrido por mulheres na área científica, sobre as pressões sofridas no ambiente acadêmico, sobre assédio e falta de investimento em projetos relevantes e falta de valorização do profissional da área.  Os diálogos entre os protagonistas foram divertidos e por vezes não entendi os termos que usavam (o que você disse??? Google ajuda aqui). Principalmente gostei como o relacionamento dos protagonistas evolui e como está na cara que o Adam está todo apaixonadinho, mas a Olive não percebe (ain minha dose de fofura).

Como cenas de assédio podem ser gatilho deixo aqui a página para quem por acaso quiser pular. Eu teria pulado porque me sinto mal. Começa na pág 216 e vai até a 219. Só preciso avisar que trechos ressurgem em momentos posteriores.

Gatilho: assédio sexual, machismo

domingo, 2 de outubro de 2022

The Last: Naruto the movie - Masashi Kishimoto e Maruo Kyozuka

Venho aqui resenhar mais uma light novel de Naruto publicada pela Panini (de novo? você gosta mesmo de Naruto hein). A história se passa após a grande guerra ninja. Apesar da guerra ter acabado, o mundo mais uma vez é colocado em risco. A lua está prestes a cair na terra. Para completar a situação Hanabi é sequestrada. Kakashi, líder da vila oculta da folha, acreditando que os dois incidentes estão relacionados escala Shikamaru, Sakura, Sai, Naruto e Hinata para investigar e resgatar Hanabi.

Hanabi é irmã de Hinata e ela também é alvo do sequestrador, ou seja,  o responsável pelo crime foi atrás das filhas do líder do clã Hyuga. O clã Hyuga tem como característica hereditária o byakugan que é uma habilidade ocular que permite seu usuário de ver através de quase todas as coisas.

Quem já assistiu o anime e acompanha as aventuras de Naruto, sabe que a Hinata sempre teve sentimentos muito fortes pelo Naruto e que por muito tempo não foram correspondidos. Durante a jornada para salvar Hanabi, Naruto se torna consciente não só dos sentimentos dela, mas  como de seus próprios sentimentos por ela (pausa para minha dose de fofura). 

Acho que foi muito bacana ver a Hinata ninja. Por ser uma experiência de leitura no formato light novel me permitiu focar mais nessa faceta dela. Não que já não tivesse visto através do anime, mas foi um pouco diferente porque permitiu a minha imaginação agir mais. Gostei muito da diagramação, ao longo dos capítulos algumas páginas trazem imagens da versão animada desse acontecimento. Além disso, veio com um poster gracinha que nunca vou ter coragem de usar por ter imagem frente e verso.

É perfeito para quem ama Naruto.

domingo, 25 de setembro de 2022

Fate: a saga winx - 2ª temporada

O clube das winx era um desenho que eu simplesmente amava e quando descobri que ia ter versão live action fiquei bastante animada. Gostei da primeira temporada apesar de parecer um pouco sombria e sim eu queria muito brilho, asas coloridas e música, mas não me deram isso (você está bem, Emi?). Para meu deleite e felicidade a segunda temporada foi muito boa e muito melhor do que a anterior. Se na primeira houve um certo distanciamento do desenho, a segunda deixou vários ganchos para alguns enredos presentes na animação (criando várias expectativas mode on).

O post vai conter spoilers e teorias. A leitura do mesmo é por sua conta e risco. Se você não assistiu e não gosta de spoilers, esse é o momento para parar de ler.

Não lembro do desenho bem (inclusive comecei a rever) e vou evitar comparações por causa disso. Vou me restringir ao que tenho mais lembranças. 

Sob a direção de Rosalind, a escola tem um ar mais pesado. Quando fadas começam a desaparecer, as amigas Bloom, Stella, Musa, Aisha e Terra trabalham juntas para descobrir o que está acontecendo. Relacionamentos iniciam e outros se desfazem nessa nova temporada. Também vamos descobrir mais sobre Beatrix.

Eu gostei muito da Terra. Acho que foi muito melhor aproveitada a história dela durante essa temporada. Ela para mim é a personagem que une e traz força ao grupo de amigas (pelo menos foi a impressão que tive). E trouxe também visibilidade lésbica para série. A cena dela contando para as amigas é simplesmente linda (o roteirista está de parabéns). A forma como desenvolveram o relacionamento dela com a Flora que é sua prima também foi bem interessante.

E sim Flora fez check in e finalmente chegou. Minha fada favorita do clube das winx porque sim, sempre gostei de flores (o poder dela era minha cara). No início, fiquei meio ai não gosto muito dela, mas em algum ponto ela me conquistou e o sentimento só cresceu (vai, Flora). Gostaria que tivessem mais episódios para que a personagem fosse mais desenvolvida. E sim, eu quase gritei com a possível aproximação com o Riven. Eu tava aqui só tipo NÃO PELO AMOR NÃO FAZ ISSO.

Beatrix também não ficou atrás e esbanjou carisma. Inclusive tinham que dar um prêmio para ela porque reinou nessa temporada. Desde que a vi pela primeira vez pensei na Stormy, uma das três  bruxas que compunham as trix e nada foi mais satisfatório do que ela mesma dizer que tinha duas irmãs porque na hora eu só pensei a era das trix vai chegar SIIIIIM e é isso. Só que diferente da animação, conhecer a personagem em outro contexto fez toda diferença para mim. Eu pude simpatizar mais com ela e entender suas ações. 

O retorno dela como possível vilã e pertencente as Trix ficou na minha cabeça não só pela fala, mas pela aparição de uma figura sinistra que parecia ser o Lord Darkar, mestre das trevas, que estava perto do túmulo da Beatrix. Posso estar enganada? Posso. Pode ser a Rosalind que se transformou em um espírito maligno ou até mesmo o Sebastian, vai saber. Quero tudo e mais um pouco.

Além disso, finalmente tivemos indícios de Musa e Riven, que era meu casal favorito da animação. As cenas deles me deram certa esperança de que o relacionamento deles vai começar a evoluir na próxima temporada (tomara que tenha uma próxima temporada né?). Teve também Aisha e Grey. Grey é um personagem que aparece nessa temporada, mas que roubou meu coração e me fez shippar demais o casal. Quero muito ver os dois juntos de novo e enfrentando adversidades frutos dele ser um bruxo de sangue e ela uma fada para permanecer como casal. Eu nunca vou perdoar por me fazer gostar deles e esse negócio não ir para frente. Tem que acontecer. Não quero nem saber e espero que fiquem juntos.  Inclusive deveriam ter tido mais cenas. A plot deles era melhor do que a da Bloom e Sky, mas faltou tempo de cena para eles. Também faltou desenvolver mais a história da Aisha.

E por falar em Bloom, não sei, mas acho a personagem bastante emocional para o meu gosto. Nas duas temporadas, as escolhas dela resultaram na morte de alguém. Ela não muda. Bolei sim com a morte da Beatrix que salvou o mundo. Acho triste ainda a amizade de Stella e Bloom não ser como no desenho, em como elas eram próximas. Essa lembrança da proximidade delas, me deixa bem meh  com o relacionamento Bloom e Sky porque é algo que não imaginaria acontecendo entre elas, uma situação que magoasse uma delas assim. Espero que as coisas parem de girar um pouco em torno da Bloom e cada fada ganhe o desenvolvimento de enredo que merece (e todas merecem muito).

Outras perguntas se fazem presentes: Cadê o Brandon? Cadê a Tecna? Sem chances deles aparecerem? A Stella vai mesmo ficar sofrendo pelo Sky?

Espero de coração que tenhamos uma terceira temporada porque a segunda deixou minhas expectativas bem altas. E você já assistiu a animação e a série? Conta para mim o que achou!

domingo, 18 de setembro de 2022

O gato que amava livros - Sosuke Natsukawa

Publicado pela editora planeta. Sinceramente, escrever a resenha desse livro se mostrou uma tarefa muito difícil. Acho difícil escolher palavras para descrever e reunir meus pensamentos, todos os  que tive durante a leitura. Ela foi muito reflexiva. Achei que seria só uma aventura de um garoto que estava passando por momento difícil, de luto e que cai em um mundo de fantasia, mas não foi só isso. Foi além e talvez não estivesse tão preparada. Foi uma surpresa bastante agradável.

Rintaro Natsuki e o avô cuidam da livraria Natsuki, um sebo onde se pode encontrar todos os livros clássicos. Após a morte do avô, o garoto se vê sozinho e perdido. Até que um dia um gato falante chamado Tigre entra em sua vida. O gato pede ajuda de Rintaro para salvar livros que estão aprisionados. Eles entram juntos em labirintos para cumprir suas missões e resgatar livros.

Rintaro é um garoto calado que vive enfiado em livros e em casa. Tigre é meio sarcástico e aparece do nada sempre que uma missão se apresenta. É um gato bastante audacioso.

É um livro sobre leitura, sobre amor aos livros. Ele tece críticas ao longo da jornada, como por exemplo, ler por ler, para passar outras pessoas e não por ser algo prazeroso, mas só para fazer volume. Porém não é só sobre isso, é sobre descobrir que não está sozinho, que a gente precisa olhar também para o mundo lá fora, sobre ter empatia e não desistir. Nós podemos estar todos no lugar do Rintaro e nos pegarmos em um momento perdidos precisando de pessoas, de textos que nos confortem e lembrem coisas importantes ou de Tigres que venham pedir nossa ajuda para resgatar livros.

Algo que me surpreendeu, foi como de repente o foco narrativo saiu do Rintaro e foi para outro personagem. Não esperava mesmo que fosse acontecer. Achei que ia seguir o Rintaro do começo ao fim e pluft. Foi bem breve, mas me pegou de surpresa. Eu tive vontade de passar marca-texto no livro quase todo. Acho que as reflexões trazidas foram bem válidas e podem nos impulsionar dentro de uma discussão saudável sobre literatura e leitura (mesmo que você não concorde com todos os pontos levantados pelo autor, são pontos que colaboram para refletir sobre o assunto). 

Foi uma leitura que me fez pensar em muitas coisas e que por isso entrou nos favoritos desse ano.

domingo, 11 de setembro de 2022

Imperfeitos - Christina Lauren

Publicado pela editora Faro. Foi um livro que peguei como indicação da Cida do blog Moonlight Books. Quando li a resenha dela sabia que era o tipo de história que iria gostar e por isso estou aqui (hahaha). Foi minha primeira experiência de leitura com livros da editora e dessas autoras. E desde já posso dizer que gostei bastante da diagramação e tradução.

Imagina casamento da sua irmã gêmea,  todo mundo passa mal com intoxicação alimentar por causa da comida do buffet, menos você e o irmão do noivo.  Além disso vocês acabam indo na viagem de lua de mel porque não tem como adiar, mas você odeia o cara. É isso que acontece com Olive. Ela acaba indo na viagem de lua de mel com Ethan sem suportá-lo (é isso mesmo, Olive?).

A Olive me chamou logo a atenção por ser azarada por motivos de sim eu mesma rainha do azar (isso mesmo que você leu, inclusive vide o nome do blog que faz referência a como sou azarada). Rolou uma identificação aqui (risos). Ela e a irmã dela, Ami são opostos. Enquanto uma é brilhante e parece ser cheia de autoconfiança, a outra se mergulha em sua maré de azar.

Olive não me convenceu muito no ódio dela contra o Ethan. Na verdade,  achei ele meio desagradável na descrição dela e em momentos pontuais, mas se fosse eu (se fosse eu né), seguiria com a vida ignorando ele como se não houvesse amanhã.  Entretanto ela não consegue (ignorar? para que ignorar?), ela só pensa nele e o fato dele não estar aparentemente interessado nela parece para mim ser a força motriz que alimenta a antipatia dela em relação a ele. Vários pensamentos dela juntos me levam a crer isso (e ninguém tira isso da minha cabeça). Além do mais, também me faz levantar o ponto de que o livro não tem de verdade um inimigos para amantes. Olive está sendo inimiga sozinha. Ethan está completamente alheio a essa parada de inimigos, ele parece ser só implicante mesmo.

Agora clichê que temos aqui é o do relacionamento falso porque para desfrutar da viagem de lua de mel gratuita, eles têm que fingir ser um casal. E eu simplesmente amo esse clichê. Sempre me divirto muito com as situações que ele me proporciona. Além das situações engraçadas, tem sempre  uns momentos olha que fofo.

É claro que nada pode ser tão agradável que não possa ser estragado e o momento chega. Chega aos poucos quando percebemos sinais de coisas estranhas, de algo que está bem errado. Mesmo que não seja diretamente relacionado ao casal principal, obviamente o alcança (vamos jogar bosta no ventilador). Ethan faz uma escolha bem lógica, mas ao mesmo tempo muito decepcionante e sinceramente não sei se saberia lidar tão bem com a escolha que ele fez se estivesse no lugar de Olive porque olha eu até entendo o lado dele, mas a Olive não deveria ter passado pelo que passou e nem ouvir o que ouviu do jeito que ouviu. Não deveria mesmo.

O livro é narrado em primeira pessoa pela Olive. Gosto? Não. Detesto? Também não (se decide!!). Acho que em terceira pessoa seria melhor? Acho. Vou deixar claro então que é uma preferência pessoal e que não acho que atrapalhe a trama porque não me sinto especialmente curiosa em relação aos sentimentos do Ethan e não faz tanta diferença no decorrer da história. Só em um momento, na verdade, que acho que seria interessante ter colocado e seria exatamente quando Ethan tem que arcar com a consequência da escolha que ele fez. Esse momento era o ideal para ter a narrativa dele e ajudaria a perdoá-lo (o que não me senti inclinada a fazer). Porém, preferiram colocar a narrativa dele no epilogo e em um capítulo bônus (o que para mim, sinceramente, não fez diferença). Infelizmente, o capítulo bônus que pode ser lido gratuitamente no site das autoras, não foi traduzido. 

Para mim, o único problema da trama foi não ter trabalhado tão bem uma conversa entre Ethan e Olive após a escolha dele. Acho que a reconciliação parece muito rápida por causa disso. Em vez de uma cena que explora um lado cômico, deveriam ter feito algo mais sério. Algo em que pudéssemos sentir mais sinceridade do Ethan em relação a Olive e em como ela se sentiu.

domingo, 4 de setembro de 2022

Naruto - A história secreta da Akatsuki: O desabrochar das flores malignas - Masashi Kishimoto e Shin Towada

Sexto e último volume da série de Naruto hiden publicada pela editora Panini. Sasuke Uchiha em sua jornada de redenção encontra dois garotos cuja família foi morta pela Akatsuki e  o faz refletir sobre o irmão e os demais membros dessa organização. Nessa light novel, podemos ver membros da Akatsuki realizando missões ninja.

Primeiro o que seria Akatsuki? Em Naruto, é uma organização mercenária disposta a qualquer coisa por poder. Ela tinha nascido com objetivo de alcançar a paz,  mas foi deturpada trazendo mal e desolação por onde passa. Os membros da Akatsuki trabalham em pares.

É muito interessante como as histórias se entrelaçam e vão se construindo mesmo com capítulos dedicados a duplas diferentes. No prólogo, Sasuke encontra personagens que lembram a ele de seu irmão e trazem o nome Akatsuki quando contam que sua família foi morta por ela. O primeiro capítulo é sobre Itachi e Kisame. De longe, ele é meu favorito e traz um tom melancólico. O Itachi, apesar de tudo, conseguiu partir meu coração. O segundo é sobre Hidan e Kakuzu. Eu odeio esses personagens demais por causa do assassinato do Asuma, é uma das cenas que me deixou mais triste  em Naruto (nunca vou perdoaaaaaaaaar). Os dois são de uma crueldade que olha, não sei nem como explicar. O terceiro capítulo é sobre Deidara e Sasori e o quarto é sobre Konan e Nagato, achei bem triste. 

Não existe desculpa ou justificativa para as coisas horríveis que a Akatsuki fez. A light novel não tenta apagar essas coisas, inclusive mostra situações igualmente horríveis. Gostei muito de ver histórias contadas das perspectivas deles e ter o lembrete de que são seres humanos e não monstros que podem ser tão cruéis.

Além disso, existe algo muito satisfatório em ouvir o Sasuke ser chamado de Naruto. DESCULPA, mas eu ri muito disso e sempre que puder, vou ler essa cena.

domingo, 28 de agosto de 2022

O segredo da duquesa - Courtney Milan

Primeiro livro da série Os excêntricos publicada pela editora Arqueiro. Eu ouvia muita gente falando de brothers sinister por aqui e por ali sempre em postagens com recomendações de romances de época e nutria certa curiosidade por conta dos vários elogios.  Deixei para lá porque eu ainda não sabia que conseguiria ler um romance de época em inglês e quando vi esse lançamento lembrei (a velha chama ascendeu). 

Minnie mora com as tias avós em Leicester e a coisa que ela menos quer é chamar atenção. Por causa de um escândalo no passado, ela trocou de nome e espera conquistar segurança que um casamento poderia proporcionar. O problema é que quando jornais estimulando luta pelo direito dos trabalhadores começam a circular, a culpa de insurreição caí sobre ela e agora Minnie precisa desmascarar o culpado. A chegada do duque de Clermont abala algumas de suas certezas (refiz a sinopse sim e sim). 

Minnie, Minerva Lane e Wilhelmina Pursling, muitos nomes para uma mesma personagem. O último foi escolhido como subterfúgio para viver em Leicester sem chamar atenção. A personagem é audaciosa e cheia de estratégias. Muito inteligente (apesar da primeira dedução dela ter sido um pouco meh). Achei sensacionais as conversas dela com o duque e sua forma de resolver as coisas.

E por falar em duque, o nosso se chama Robert Alan Graydon Blaisdell e ele é muito pé no chão. Esqueça o esnobismo e pompa que estamos acostumadas, não rola (vossa graça não gosta dessas coisas, né?). É ele que demonstra estar se apaixonando por ela primeiro. Parto do ponto de que Robert admira Minnie e sempre digo que quem ama, admira o outro.  Isso para mim fez um diferencial danado. Também gosto dele por ser alguém com um bom caráter (nesta casa gostamos de mocinho bonzinho sim). Robert guarda em si solidão de não ter tido uma família cercada de amor e a vergonha por ter o pai que teve. 

É impossível não amar o Robert, mesmo até achando que ele por vezes é um pouco inconsequente (foi uma vez só gente q). A autora criou um personagem que a gente olha e diz alguém precisa dar amor para ele (cuidem dele pls). Um personagem extremamente gostável, assim como Minnie. Achei os dois bem modernos ao ponto de as vezes ser difícil acreditar que eram personagens de um romance de época (não foi exatamente um problema para mim, mas fica aqui o comentário). O desenvolvimento dos personagens foi bom e bacana já ter introduzido bem os personagens dos próximos livros e contextos deles (estamos de olho).

sábado, 20 de agosto de 2022

A ponte entre reinos - Danielle L. Jensen

Primeiro livro da série A ponte entre reinos publicada pela editora Seguinte. É um livro que eu conheci através da resenha da Sil do blog Prefácio e eu tive certeza que ia gostar porque reconheci todos os elementos que me chamam em um livro de fantasia (de novo, muito obrigada Sil porque não sei o que seria de mim sem essa indicação). O meu feeling não estava errado e assim logo me vi dentro da história  e querendo mais.

Lara mora com suas onze irmãs em um complexo no deserto em Maridrina desde os cinco anos de idade. Não é simplesmente morar, ela e as demais são treinadas como espiãs e assassinas para que uma delas seja enviada como futura rainha para o reino de Itchicana. A missão é roubar segredos do reino para tomar o domínio sobre a ponte que viabiliza comércio, ou seja, poder. Ao descobrir que o pai deixará somente a escolhida para missão com vida, Lara arma um plano audaz. Ela coloca remédios para dormir no prato de todas as irmãs fazendo parecer que as matou e que agora só ela pode ser enviada. É assim que nossa história começa e a protagonista acaba por se tornar rainha de Itchicana, esposa do rei Aren, seu inimigo e por quem se apaixona.

Lara é uma protagonista forte e leal. Ela é manipulada a acreditar em uma situação de desfavorecimento em seu reino causado por Itchicana e somente por lá. Parece óbvio para o leitor que um pai que decide matar suas filhas, nunca poderia ser um bom governante.  Além do fato dele viver em luxo enquanto o povo dele não consegue o básico. Boa coisa ele não é. Só que a protagonista foi criada como uma arma desde os cinco anos, não tem noção de mundo porque viveu presa em um complexo no meio do deserto sem chances reias de ver o que estava acontecendo e a ajudasse a ponderar sobre tudo, inclusive a administração do próprio pai.

Quando ela chega em Itchicana, acredita realmente que o que a missão dela é em benefício do povo de Maridrina e por isso não posso condená-la. Também não vou culpar Aren por qualquer sentimento que ele tenha quando descobrir a verdade e tudo que ela fez.  Não posso condenar nenhum deles porque suas atitudes são justificadas por seus contextos (e é isso).

Aren é o rei que todos nós gostaríamos de ter, alguém que protege o seu povo e que não vive no luxo enquanto o povo passa fome. Ele é fofo (as vezes), meio bruto (muitas vezes) e me deixa sem fôlego (e não existe, lembre disso, lembre disso). Mal apareceu e eu já estava completamente rendida, isso aí (Lara, você teve bastante determinação porque olha).

Para mim, todo momento era angustiante, quando ela conquistava mais um pouco de informações, mais um pouco de confiança porque eu sabia o que estava por vir,  não tinha como não saber. Só torcia para tudo mudar de uma hora para outra (presta atenção, Lara). E quando veio, veio com tudo (poxa, Danielle, meu coração não aguenta, pega leve com a caneta). Você sabe o que vai acontecer enquanto os personagens estão alheios e tudo que resta é o nervoso. Sério, gente! Não aguentei. Eles felizes e eu totalmente desesperada.

Acho que a construção da história foi muito bem feita, o enredo se passa num cenário de guerra entre reinos com acordos de casamento e complôs. A narrativa alterna entre os dois personagens principais (obrigada). O final caótico faz a gente ansiar pelo próximo (foi daqui que pediram caos?). Eu terminei sem estruturas (não aguento só de pensar). Eu não sei nem quem sou. Só sei que sou uma pilha de nervos e que precisa que tudo se acerte logo. As escolhas da Lara não foram as melhores e espero que o próximo livro dê a ela toda a oportunidade de redenção que a personagem merece porque tudo que ela fez não teve motivação gananciosa. Seu único pecado talvez tenha sido não encarar logo de uma vez e expor tudo. 

Quem não leu, vá lá ler e volte aqui para segurar a minha mão.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Leitura de verão - Emily Henry

Publicado pela Verus Editora. Pensei que ia ser uma comédia romântica  simples e caí dentro do meu caos interior que tem dificuldade em sair do luto. Porém, calma, o livro é um romance e não é inteiramente sobre luto, apesar do assunto também aparecer.

January Andrews sempre acreditou em amor, romance e é sobre isso que ela escreve. Ela acreditou nisso por toda a vida observando o relacionamento dos pais que parecia ser ideal. Até o fatídico dia em que seu pai faleceu e ela descobriu que ele tinha uma amante e que sua mãe sabia de tudo, mas nunca tinha contado para ela. Com um coração partido e ao mesmo tempo vivendo o luto, ela tem que lidar com bloqueio criativo, o termino de seu relacionamento e a falta de dinheiro que a obriga a morar temporariamente na casa em que o pai ficava com a amante. Para completar o pacote, ela descobre que o vizinho ranzinza não é nada mais, nada menos que um ex colega de faculdade com quem ela tinha uma relação meio ambígua, Augustus Everett (algo entre desejo, rivalidade e inveja).

Quando comecei a ler, não esperava nenhum pouco que a mocinha estivesse lidando com  tanta coisa ao mesmo tempo. Eu geralmente deixo para ler coisas relacionadas a luto quando estou me sentindo bem porque é um tema que me pega. Por sorte, estava bem quando li. Isso é que dá não ter lido nenhuma resenha sobre ele antes. Entretanto a escrita da autora não é carregada e o assunto luto não  é tratado de forma central no livro, é só uma parte do que está acontecendo. Inclusive eu pensei muito mais na traição do  que na morte do pai dela.

A grande inspiração dela vinha do casamento dos pais,  sua crença em amor verdadeiro e ela viu isso ruir com a descoberta. Venhamos e convenhamos, imagina descobrir que o pai traiu a mãe que estava batalhando pela vida contra um câncer. O caos. Achei o pai dela um tremendo de um egoísta que magoou a esposa, a filha e a amante. Além de ter colocado a amante em uma posição horrível quando deixou instruções de que ela entregasse uma carta e a chave da casa para a January (nossa, mano! Que situação bizarra).

Além da mocinha estar enfrentando muita coisa. O mocinho, Augustus, também não fica atrás com seu histórico de traumas e coração partido. E eu acho que duas pessoas quebradas não deveriam entrar num relacionamento. Então, sinceramente, aconteceu pela primeira vez de que eu gostasse dos dois protagonistas de forma separada. Em boa parte do enredo não me senti extremamente confortável em ver o relacionamento acontecendo. Talvez eu esperasse que eles resolvessem as coisas antes de ficar juntos.  Sinceramente, gostei muito deles. Acho que foram personagens bem construídos e que conseguem gerar simpatia e afeto no leitor. Só queria que tivessem tido mais tempo para resolver suas questões antes de qualquer coisa. Enfim, é isso.  Já leram o livro ? Se sim, me diz aí o que acharam.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Valente - Holly Black

Segundo livro da trilogia Contos de fadas modernos publicada pela Galera. Os protagonistas desse livro não são os mesmo do primeiro livro. É uma história bem caótica. Val é uma adolescente com uma vida normal, mas ao descobrir que a mãe está tendo um caso com seu namorado, foge de casa e começa a viver nas ruas junto com Lolli, Dave e Luis. Além disso, ela descobre a existência de seres sobrenaturais e se pega em um pacto com um deles, Ravus.

Val não tem, ao que tudo indica, um bom relacionamento com os pais. Porque se tivesse, ao descobrir a traição da mãe, ela poderia ter recorrido ao pai em vez de ter ficado na rua. Inclusive preciso falar dessa traição porque me chocou muito (mesmo relendo). Se a intenção da autora era essa, conseguiu (continuo chocada até agora). Eu a imaginei totalmente desamparada com o que viu. Acho que essa inclusive é a palavra certa para descrever a Val e os jovens que ela encontra e com quem começa a viver  nas ruas, estão todos desamparados. 

Ravus é um troll que faz poções. Um dia ele pega Val e Lolli roubando em sua casa. Val acaba se colocando a serviço dele durante um mês em troca da liberdade de Lolli, que foi pega por ele. Acho o Ravus um personagem formidável e que deveria ter tido a história mais desenvolvida. Eu queria saber mais sobre ele e senti falta disso.

Lolli é completamente desequilibrada  e cruel. Assim como Dave. Os dois são resultado das circunstâncias em que estão inseridos e de tudo pelo que passaram. Eles só pensam em seus vícios e obsessões.  Já o Luis só pensa em proteger o Dave, seu irmão. Ele é um personagem que cresce ao longo da história.

Acho que o ponto forte da história é mostrar o processo de desamparo e como ele dá início a degeneração porque Val faz coisas horríveis, coisas que ela nunca teria feito em sua vida anterior.  Foi bem doloroso e triste porque parecia tão real.

Eu amo os livros da Holly Black, mas se tem algo que não gosto é a traição que sempre se faz presente neles: entre amigas, irmãs e nesse, entre mãe e filha. Tudo sempre pelo mesmo motivo, homens. Isso me incomoda bastante. Em minha opinião, faltou uma conversa entre Val e sua mãe mais detalhada. A que tiveram, para mim, foi rápida e pareceu superficial. Eu queria ver um processo de perdão e arrependimento melhor explorado para poder acreditar que aconteceu. 

Gatilhos: vício, violência, estupro e traição

quarta-feira, 27 de julho de 2022

A srta. Butterworth e o barão louco - Julia Quinn e Violet Charles

Publicado pela editora Arqueiro. Quando li Um beijo inesquecível e acompanhei a Hyancith Bridgerton lendo o livro A srta. Butterworth e o barão louco para Lady Danbury sempre quis saber o que aconteceria na história e o motivo dos pombos terem atacado a mãe da protagonista (queria detalhes sim). Finalmente pude conferir e nossa, o resultado foi muito engraçado (não a parte dos pombos, essa parte é trágica q). Tive até certo medo de que a expectativa destruísse a experiência, mas deu tudo certo e posso dizer sem dúvidas que foi uma das leituras mais divertidas que fiz esse ano.

Priscilla Butterworth é uma sobrevivente. Depois de sucessivas tragédias, ela ainda consegue ser uma jovem energética. E quando eu falo em tragédias, são tragédias mesmo. A mais sinistra, com certeza, é a mãe ter sido morta por bicadas de pombo. Enfim, desde cedo, ela tem que contar com ela mesma. Ao descobrir que suas parentes querem vendê-la, ela foge e vai parar em Thimmerwell onde se torna dama de companhia da avó do barão, Damien.

Priscilla é muito sagaz e apesar da vida que levou, consegue se manter generosa e com muito bom humor (quase uma cinderela sim, mas um pouco branca de neve q). A vida dela parece estar finalmente indo para frente na casa do barão, mas acontecimentos estranhos podem colocar tudo a perder.

Achei muito boa a ideia de transformar a história em quadrinhos. Além disso, é como ler um conto de fadas com toques bizarros. E esses elementos bizarros do enredo são ressaltados através das ilustrações feitas por Violet. Foi um casamento perfeito. Um dos grandes fortes da Julia são os diálogos divertidos e esse livro permitiu que ela construísse uma história super engraçada sem um foco pesado em romance. Agora eu consigo entender completamente o interesse da Lady Danbury no enredo porque me vi nesse lugar. Escolhi não falar dos outros personagens por ser um livro de 141 páginas, qualquer detalhe que eu der seria um spoiler bem grande (longe de mim fazer isso). 

Eu indico esse livro, não só para os fãs da autora, mas também para quem tem curiosidade sobre a escrita da Julia, mas não curte muito romance.

quinta-feira, 21 de julho de 2022

A dama do capitão - Caroline Linden

Segundo livro da série Procura-se um duque publicada pela editora Harlequin. Nela vamos acompanhar o capitão Andrew St. James, um dos possíveis herdeiros ao ducado de Carlyle. Nós o conhecemos no primeiro livro quando a duquesa chama Maxmilian e ele para falar do assunto e fazer uma proposta aos dois oferecendo uma quantia considerável desde que eles vivessem de forma respeitável de acordo com suas convenções (ai a nobreza... tsc tsc). Percebemos também como ele ficou completamente interessado em ter o título (quem não ficaria???) e como não mediu esforços para cair nas graças da duquesa. 

Na época da leitura do livro anterior, eu o achei bem puxa-saco, mas pensei comigo mesma vamos ver o que acontece depois, quando chegar a vez dele ter a história contada. E em A dama do capitão, a gente vê de novo a cena da reunião com a duquesa com a perspectiva dele. 

Andrew St. James é escocês e o favorito da duquesa. É um homem bom e vive com dificuldade. Ele envia todo o soldo dele de capitão do exército para a mãe e as três irmãs. A gente percebe, como em sua família, um se importa com o outro. Bem no começo eu pensei nele como alguém de caráter digno (eeeeh dá o martelo do Thor para ele). E também que não é só o título, é uma forma de mudar não só vida dele, mas também de toda sua família que vive com o pouco que consegue produzir. Achei bem fofinho que ele pensou logo no que poderia dar para as irmãs e me fez entender todo o empenho dele com a duquesa.  Olha, não vou negar nada, tive vontade de colocar em um potinho esse homem e guardar.

Como as normas da duquesa incluem casamento, a procura por uma esposa que esteja dentro dos critérios para assumir o papel ao seu lado dentro do ducado é algo que ele tem que começar a pensar afinal ele é o mais próximo na linha de sucessão (ou não, vai que). Enfim, ele está decidido a cumprir todos os requisitos (também estaria se fosse ele).

Até que ao chegar na Escócia, sua terra e de sua família, ele conhece uma moça encantadora e que captura completamente sua atenção (eita Andrew).

Ilsa é viúva, riquíssima e nossa protagonista. Não quer mais viver sob as regras de ninguém (como se a sociedade em que está inserida permitisse). Ela é meio imprudente. Não acho que se preocupa muito com a reputação ou melhor dizendo ela não se preocupa com o que os outros pensem a seu respeito. Ela foi me ganhando aos poucos. Gosto como ela vai se abrindo e nos fazendo conhecer mais sobre quem é no decorrer da história e não em uma tacada só.

Detesto instalove (só queria dizer). É muito difícil me convencer de que era amor e não cilada quando é assim tão rápido (o que que eu tô falando sos). Porém, eu gostei dos dois protagonistas juntos e é isso. O livro é narrado em terceira pessoa e com foco narrativo alternando entre os dois protagonistas (isso é perfeito, autora fica aqui meu agradecimento). Achei os personagens secundários muito interessantes, as irmãs do Andrew e o melhor amigo dele, Duncan. Inclusive tem um extra sobre o Duncan, mas não sei se a editora vai trazer (POR FAVOR TRAZ, EU NUNCA TE PEDI NADA). Eu gosto do livro anterior e desse de maneiras diferentes. Então não vou dizer que um é melhor do que o outro. Acho que a duquesa acabou dando novas oportunidades para os dois não só em termos financeiros, mas para achar o próprio lugar no mundo. Eles precisavam dessa oportunidade e só foi possível através da duquesa.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Naruto - A história secreta de Shikamaru: A nuvem que paira no silêncio da escuridão - Masashi Kishimoto e Takashi Yano

Segundo livro da série naruto hiden publicada pela editora Panini. O livro que penei para achar (socorr, li tudo fora de ordem sim). Todo sufoco valeu a pena porque adorei (podia ter mais página? podia, mas estou aqui bem satisfeita). A história se passa dois anos após a Grande guerra dos ninjas. Shikamaru trabalha na federação de ninjas, um lugar que visa dividir as missões de forma mais igualitária. Entretanto, algo estranho acontece. Além das missões terem diminuído, ninjas de várias aldeias fugiram. Tudo indicava que teriam ido para o País do Silêncio. Algo suspeito e que colocava em risco a paz estava acontecendo. Após uma mensagem estranha de Sai, Shikamaru decide ir na companhia de dois membros do anbu, esquadrão especial, para acabar com o responsável.

Shikamaru está sob muita pressão e tentando carregar o mundo nas costas. Aos poucos ele estava se desconectando dele mesmo. Uma prova disso foi ele não ter escolhido ir com a Ino e o Chouji na missão e sim ir com os membros do anbu. Ah mais ele queria preservar seus dois melhores amigos, você pode argumentar. Eu até concordo em parte, mas além disso, ele não quis dividir o peso que estava carregando com eles. É como se ele estivesse um pouco perdido.

Eu gosto do Shikamaru porque ao mesmo tempo em que ele é preguiçoso,  acha tudo um saco e gostaria de ficar deitado vendo nuvens ou jogando shôgi, ele é inteligente, eficiente e perspicaz. Nunca vou esquecer quando, no anime, houve o ataque de Orochimaru e ele fingiu que tinha caído no jutsu para não lutar (ri muito nessa cena para depois chorar com as seguintes como se alguém tivesse me batido). A light novel explora a reflexão do personagem sobre quem ele era, sobre o que era importante e sobre seu papel. Além disso, nos leva a refletir também. Ele se pergunta sobre o que é ser adulto em seu processo de amadurecimento.

De novo, é uma light novel recomendada para quem conhece o mundo de Naruto. Foi uma leitura bem gostosa, só lamento não ter mais páginas e a escolha do personagem aos seus membros de missão porque me privou de mais cenas com ino-shika-cho. O foco narrativo alternou um pouco entre alguns  personagens além do Shikamaru, sendo eles Temari e Ino. O final foi fofo demais e que me deixou com um sorrisinho na cara por um bom tempo. Vou gritar para todo mundo ouvir, para mim, Shikamaru é o melhor amigo do Naruto sim. Não importa o que o Naruto diga, quem importa sou eu (é o que?).

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Uma farsa de amor na Espanha - Elena Armas

Publicado pela editora Arqueiro. É um livro que toda vez que ia na livraria, já tinham vendido todos e isso só me fez ficar com mais curiosidade e expectativas para a leitura, assim que conseguisse comprar meu exemplar (e eu detesto ter muitas expectativas). Porém, preciso dizer que acho que o livro merece mesmo todo o hype que está tendo porque NOSSA NOSSA eu me diverti muito lendo. 

Catalina é uma jovem espanhola que mora nos EUA e que por causa do casamento da irmã é colocada em uma posição desconfortável. Ela terá que encarar o ex que é irmão do noivo da irmã e o pior, ele está noivo (é o que?). Por não querer enfrentar sentimentos de pena vindos de todos que ela conhece, ela mente um pouquinho dizendo que está em um relacionamento. A mentira como sempre se transforma em uma bola de neve e ela acaba se vendo na posição de levar o desafeto do trabalho com ela para o casamento, Aaron Blackford.

Catalina, Lina para todo mundo, é uma mulher energética e com bom senso de humor. Por questões pessoais, ela sai da Espanha e vai viver nos EUA.  Gostei dela logo de cara por motivos de muito engraçada e faz dramas na cabeça igual aos que eu faço. A melhor amiga dela se chama Rosie e aparentemente é única amiga que ela tem em Nova Iorque. A situação com o ex a marcou profundamente e ela não teve nenhum relacionamento depois dele (não julgo, que bosta de ex). O ranço dela pelo Aaron é totalmente justificado (só te digo isso). O enredo do livro começa em um momento bem depois da situação em que despertou sentimentos ruins pelo Aaron na Lina. É tudo explicado, mas faz todo sentido ela não gostar dele.

Aaron que eu não entendo e até sinto raiva/ranço no começo tem uma presença forte. Eu mesma pensando quem esse homem pensa que é? Ele acha que é o último biscoito do pacote por acaso?? Sério! Finalmente um inimigos para amantes de verdade, pensei comigo mesma porque as vezes livros prometem, mas na verdade não tem inimigo nenhum. Vamos dizer que ele no começo é um pouco rude, se impõe à protagonista, mandão, faz o que quer e se mete onde não é chamado, mas não faz nada quando deveria. E nesse momento em que estou entendendo o ranço da Catalina em relação a ele desenvolvo um também, é que ele me pega. O problema (ou não) é que a plot se desenrola de um jeito que eu de um momento para o outro já estou hmm você me irrita, mas gosto de você (você me irrita mesmo?). Alguém que gosta de bichinhos não pode ser tão ruim, não é?

Eu AMO o clichê relacionamento de mentira. Podem me condenar, mas eu adoro isso e casamento por conveniência (hahaha me deixa, me deixa, me deixa). E cara um brinde ao relacionamento falso que encontramos aqui junto com inimigos para amantes! Um espetáculo e é isso.

A leitura é fluída e a autora descreve e executa muito bem as cenas. Acho um diferencial fantástico visto que muitos tem dificuldade em execução de cenas com balanço entre descrições e diálogos. O livro tem 444 páginas e em nenhum momento me deu a impressão de que a autora está enrolando para render páginas.  Cada página, várias gargalhadas diferentes, teve momentos que eu tive que parar de ler para ficar rindo porque chegava a chorar. Também existe um progresso muito bom no relacionamento dos personagens. Entendo porque a Catalina não gosta do Aaron no primeiro momento e inclusive super participo dessa antipatia porque venhamos ou convenhamos era super válida, mas ao mesmo tempo em que a personagem começa se sentir balançada por ele, fui também impulsionada a sentir o mesmo. Achei super bem construído e já estou pronta para o próximo livro da autora que terá a Rosie como protagonista (oi, arqueiro! tudo bem?).