quarta-feira, 30 de março de 2022

Bridgerton: 2ª temporada


Já faz um tempo que não posto resenhas de séries aqui no blog (já faz 84 anos). Resolvi falar sobre Bridgerton hoje porque tinha postado uma resenha com expectativas para série no post sobre o livro  Visconde que me amava. Gostaria de dizer que essa resenha vai conter spoilers e que se você não assistiu (e não gosta de spoilers) é melhor não ler. Dito isso, vou começar.

Antes de qualquer outra coisa, preciso dizer que eu, EU, adorei essa temporada. Inclusive gostei muito mais do que da primeira. Mas Emi, foi muito diferente do livro, mesmo assim você gostou? Sim, eu gostei e gostei muito. Lamento muito por todos que não puderam ter a mesma experiência que eu, que aguardaram tanto quanto eu e não gostaram (é muito triste quando acontece e eu queria dar um abraço em todos vocês). Acho que cada um tem seus motivos para gostar ou desgostar e é preciso respeitar isso. 

Agora vou falar dos meus motivos para ter gostado:

  • A tensão que existe entre Kate e Anthony, a química entre os dois é palpável. Eu tava só a Daphne tentando por juízo na cabeça do Anthony sim. Os gritos eram reais aqui: Homeeem, vê se dá um jeito na sua vida;
  • Falando em Daphne, achei bem necessárias as conversas entre ela e Anthony por ser a primeira dos 8 irmãos a ter casado. Ela entre eles é aquela que realmente poderia se colocar na posição de conselheira em assuntos do coração por ter vivenciado amor verdadeiro;
  • O medo do Anthony de deixar a pessoa amada passar o que a mãe dele passou com a morte do pai. Achei sensacionais as cenas dele com a mãe e o sofrimento expressado nos flashbacks e que tinham efeito na vida dele até hoje. Ficou claro para mim o motivo da relutância dele em assumir seus próprios sentimentos para si mesmo e para os outros;
  • O progresso do Anthony em cada episódio e que me conquistava pouco a pouco fazendo com que em certo momento já estivesse fisgada por ele;
  • Benedict fechando a caixa com material de pintura como se fosse parar de vez e me dando a entender que talvez ele só volte quando a Sophie entrar na vida dele (veeeeeeeeeeeeeeeeem Sophie);
  • Portia se importando com as filhas mais do que tudo. Eu acho que ela é uma personagem muito injustiçada porque diferente dos outros personagens que têm pensamentos mais modernos, ela é uma pessoa daquela época. Ela é uma personagem que pensa e tem atitudes conforme a época em que vive. E isso não quer dizer que ela não ame as filhas dela, mesmo fazendo os comentários desagradáveis que faz. Achei importante a fala dela no último episódio;
  • As risadas da Kate sempre me faziam rir junto;
  • A cena da Kate caindo do cavalo e a do Anthony declarando o amor por ela foram maravilhosas;
  • Gregory e Anthony conversando sobre o pai foi muito importante e parecia que um nó dentro do visconde tinha sido finalmente desatado; 
  • As expressões da Lady Danbury;
  • Os atores deram um baile de interpretação. Já quero assistir mais trabalhos deles sim. Porque se eu chorei, ri ou fiquei nervosa, foi graças a atuação de cada um deles que soube compor bem o seu papel;
  • Colin fazendo o que mais me causa ranço nele que é magoar a Pen. E foi pior porque além de dizer em público que não a cortejaria nunca, disse no baile dado pela família dela. E isso inclusive me traz de volta a uma percepção que sempre tive no livro, mas que vou falar dela no meu post sobre a leitura que fiz do livro dele.

Esses foram os motivos de ter gostado. Então mesmo não tendo a cena do livro que mais queria ver que era a do Anthony acalmando a Kate durante a tempestade, todo conjunto das outras tiveram o mesmo efeito em mim. A cena da tempestade no livro é a que me faz me apaixonar pelo Anthony, mas na série eu consegui desenvolver esses sentimentos por ele aos poucos com o desenrolar de cada episódio. Então, tive todas as sensações que o livro me proporciona, só que em momentos diferentes. E é por isso que amei essa temporada porque ela não me privou de nada. Acho que minhas únicas duas ressalvas em relação a série foi tanto a Edwina quanto a Mary não terem percebido os sentimentos da Kate que estavam óbvios e Kate e Anthony não terem tantas cenas como casal. Porém, acho que essa última é mais fácil de ser consertada porque eles podem muito bem aparecer juntos nas próximas temporadas (e é o que mais desejo).

Já estou contando os dias para próxima temporada. E fico me perguntando qual será o casal dela, já que eles deixaram tudo arrumado para Colin e Pen. Afinal, já tem muita gente sabendo o segredo dela e a última fala do Colin em relação a ela (estou aqui guardando todo meu ranço para você, amado), não sei, acho que vem ai hein.  Já assistiram? O que acharam? Conta para mim nos comentários!

quinta-feira, 24 de março de 2022

O encanto dos corvos - Margaret Rogerson


Publicado pela editora Literalize. Nunca tinha lido nenhum livro da autora ou editora. Conheci através da resenha da Sil do blog Prefácio e a história pareceu ter tudo o que mais me encanta em livros de fantasia. Fiquei muito animada lendo a resenha (obrigada, Sil). Por isso, assim que tive oportunidade, comprei.

O livro conta a história de uma moça chamada Isobel que vive com a família no Reino Excêntrico e pinta retratos de feéricos. Esse é seu trabalho e por ele recebe encantos que a mantêm. Ela leva uma vida tranquila até o dia em que teve que pintar o retrato do príncipe do outono, Rook.

Achei a Isobel audaciosa e verdadeira em suas escolhas. Também achei que ela se apaixonou muito rápido pelo príncipe e ele por ela (porque era óbvio que ele também tava afim). Apesar disso, a protagonista feminina foi ótima e bem trabalhada.

Rook é o príncipe do meu coração (é o que??). Eu o achei uma criatura encantadora, mesmo no momento em que sua real aparência era descrita. Acho que ele foi um personagem bem construído e não quero escrever mais a respeito dele com medo de dar um spoiler bem grande.

O livro é narrado em primeira pessoa pela Isobel. Particularmente, eu prefiro livros que alternam o foco narrativo. Porém, não achei um problema de fato porque a história é boa e sua protagonista também. Devo dizer que adoro esse mundo fantástico que é o reino das fadas e as possibilidades geradas por ele (quanto mais livros que se passem lá melhor). A autora soube construir bem o enredo e finalizar tudo em um livro. E isso é tão satisfatório. Não acho que tenha ficado ponta solta. A única coisa que não me agradou foi o interesse dos protagonistas um pelo outro ter sido despertado tão rápido. Ao terminar a leitura, eu pensei em três personagens que eu queria que ganhassem seus próprios livro. São eles: Gadfly, Lark e Aster. Eu os considerei bem interessantes e gostaria de saber mais sobre eles. Porém, não achei nenhuma informação de que a autora pretenda escrever sobre algum deles. Então deixo aqui meu desejo de que isso aconteça (vai que né?).

P.S: No reino Excêntrico é sempre verão e eu penso se não estaria eu lá porque no Rio também é assim e está um forno q

quinta-feira, 17 de março de 2022

O castelo no ar - Diana Wynne Jones



Segundo livro do box Castelo animado publicado pela Galera. Nele Abdullah um jovem mercador de tapetes que vive sonhando em ser um príncipe perdido de um reino e inicia uma jornada incrível após comprar um tapete mágico. Ao dormir ele é levado para um jardim onde conhece Flor da Noite por quem se apaixona e com quem planeja se casar (só que nada é tão fácil ou sai como se deseja, não é mesmo?).

Abdullah é um jovem empreendedor que investe bastante de seu dinheiro comprando tapetes da melhor qualidade. Ele odeia a família da primeira esposa do pai dele e parece ser um sentimento reciproco, já que os mesmos estão tão interessados em criticá-lo. Ele também, em determinada cena, tem atitudes gordofobicas. A editora inclusive adicionou um nota de rodapé com seu posicionamento.  

Flor da Noite é uma princesa prometida em casamento. Seu pai não permite que ela conheça outros homens porque existe uma profecia de que ela se casará com o primeiro homem que conhecer (que azar hein). Ela é inteligente e prática. Logo, ela planeja se casar com Abdullah. Infelizmente para eles, um pouco antes de fugir, a jovem princesa é sequestrada por um djinn (gênio). É aqui que aventura começa.

Quando comecei a ler, ficava me perguntado onde estaria a aventura porque estava tudo muito "ah me apaixonei, ah vou fugir para casar" e confesso que estava achando bem chato. Inclusive me arrastei durante as 100 primeiras páginas.  É depois do sequestro que o livro começa ficar mais emocionante com gênios da lâmpada, tapetes voadores, ladrões, deserto e cavaleiro. A gente também encontra os personagens que tanto encantaram em O castelo animado e ver o que aconteceu com eles. Bateu até uma saudade do meu mago favorito.

quinta-feira, 10 de março de 2022

Razão e sentimento - Jane Austen


Publicado pela editora Nova fronteira. As irmãs Dashwood, Elinor, Marianne e Margaret, e sua mãe, após o falecimento do patriarca da família, são obrigadas a se mudar de sua antiga residência que passou a pertencer ao meio irmão delas. Sem apoio financeiro do mesmo e tendo  um parente dela oferecido um chalé com preço condizente ao sua nova condição, a Sra Dashwood e suas filhas se mudam para Devonshire. Lá são recebidas de forma amistosa e também é lá onde a família conhece o Coronel Brandon e Willoughby.

Assim que comecei a ler o livro percebi as diferenças entre ele e o filme, razão e sensibilidade. Principalmente em relação ao destaque que no filme é praticamente todo em cima da história da Marianne e a da Elinor fica meio que de lado. No livro as personagens e suas histórias são igualmente importantes e podemos conhecê-las melhor. Elas esboçam um paralelo porque tendo um problema bastante parecido, as reações de cada irmã são diferentes.

Elinor é a irmã sensata. É uma impressão que já tinha após assistir o filme e que se consolidou mais através do livro. Ela tem os pés no chão e madura. Ela ama Edward, cunhado de seu meio irmão, mas não faz estardalhaço sobre isso mantendo discrição já que o rapaz não fez nenhum pedido. O sofrimento é algo que guarda para si e sempre lida com tudo mantendo aparente calma.

Marianne já é um ser dramático, bastante rude (muitas das vezes sem nenhuma necessidade) e fútil.  Achei que o livro ajudaria a mudar minha opinião sobre ela e talvez de certa forma até tenha porque o ranço que sentia em relação a ela diminuiu muito e quando cheguei ao final da leitura já não lembrava de ranço algum (ranço? que ranço?). Mesmo assim, não estava totalmente errada nas minhas primeiras impressões. Acho que ela é muito fútil principalmente quando o assunto é o Coronel Brandon que não fez nada para ela e mesmo assim é alvo de seus comentários maldosos no começo. Entretanto, no livro a gente percebe o amadurecimento da personagem.

Edward é descrito com um homem tímido. Só que acho que falta um tanto de caráter a ele. Ele está noivo e em nenhum momento deixou isso claro para Elinor. Ainda mais por ser óbvio que ambos nutriam interesses um pelo outro. O que me deixa mais chateada é que ela só vai saber disso através de terceiros e não por ele. Ele agiu tão mal nesse ponto que eu até torcia para ter outro pretendente mesmo sabendo que não tinha né.

Coronel Brandon é daqueles personagens que a gente torce para ser feliz. O final do filme sempre me deixou muito insatisfeita porque sempre pairou em mim a dúvida de que será que ele ganhou todo amor que merece ou não? O livro, no entanto, não deixa dúvidas (ainda bem). Ele é um homem bom e um amigo fiel. 

Willoughby é um canalha, o pior dos seres humanos e que mesmo com suas justificativas e explicações, eu não conseguiria perdoá-lo.

Gostei muito do cuidado e esmero com que foi feita a tradução e revisão dessa edição.  Os próximos livros da Jane que eu for comprar serão da editora. Foi uma leitura gostosa e tranquila e tudo que estava precisando. 

quinta-feira, 3 de março de 2022

O desafio do amor verdadeiro - Laura Lee Guhrke


Segundo livro da série Querida conselheira amorosa publicada pela editora Harlequin. Quando Irene decide ficar mais tempo em sua viagem de lua de mel e Jonathan não volta dos EUA, Clara tem um problema em suas mãos. Não só ela terá que administrar o jornal,  como também terá que escrever a coluna de conselhos amorosos de Lady Truelove. A última tarefa é um problema para ela. Sem saber o que fazer, ela escuta uma conversa (que faria qualquer pessoa honrada ficar irritadíssima) entre dois amigos e decide usá-la como material para coluna. Um dos envolvidos na conversa, o Rex, descobre e com raiva vai tirar satisfação com ela. Nesse momento de desespero ela oferece a ele o cargo de Lady Truelove (é isso mesmo que você leu).

Clara Deverill acredita em amor e em casamento. Esse é seu grande sonho. Ela trabalha no jornal de sua irmã, Irene, e está se preparando para sua temporada. O único problema é que ela vive se comparando com a irmã. Ela acha que não dá conta e em meio ao nervosismo não percebe que tem seus  próprios talentos e que entende tão bem do trabalho quanto a irmã. Ela fica com muita raiva ao ouvir a conversa de Lionel e Rex e decide agir em favor da mulher a quem Lionel quer enganar.

Rex Galbraith não acredita em casamentos e muito menos em amor.  O de seus pais fracassou e nem um de seus genitores parece se importar com ele. A mãe o vê como banco,  o pai como um sucessor (nessa parte sinto pena). E sim é esse cara que não acredita em nada disso que vai pegar o trabalho de conselheiro amoroso na coluna de Lady Truelove. Quando ouvi a Clara oferecendo o cargo só conseguia pensar em como não fazia sentido logo ele fazer isso (eu realmente duvidei dessa escolha). Entretanto, ela tem um ponto e faz a gente entender sua motivação.

O enredo explora a aproximação desses dois personagens e suas diferenças de pensamentos. O foco narrativo alterna entre Rex e Clara nos fazendo entender o que ambos estão sentindo. Particularmente, gostei bastante do livro, a única coisa que para mim foi negativa foi a passagem de tempo. Parecia que as coisas estavam ocorrendo sem nenhuma passagem de tempo entre elas e quando foi citado, eu fiquei ueeeeeeee passou isso tudo? Porém, fora isso e um diálogo ou outro foi uma leitura clichêzinha bem agradável. Achei muito divertida a ideia de fazer o protagonista trabalhar como Lady Truelove. A história de Lionel e Dina deveriam ganhar um livro porque rola como plano de fundo nessa e seria bem interessante ver tudo do ponto de vista deles.