domingo, 30 de outubro de 2022

Reino de ferro - Holly Black

Último livro da trilogia Contos de fadas modernos e é o único que não tinha lido (os outros eu reli aproveitando o relançamento). A Kaye está passando por uma crise por não saber a que lugar pertence. Ela se sente uma impostora junto da mãe humana e não se sente bem vinda no reino das fadas. Para completar seus problemas, manipulada durante a coroação de Roiben, ela acaba fazendo uma declaração que não é bem vinda por ele.

Kaye já sabe que foi trocada. Tiraram a filha humana de Ellen e colocaram ela no lugar. Isso gerou uma crise de identidade forte nela. Ela não tem culpa do que fizeram, mas se culpa. Para completar ela parece não ter espaço no reino das fadas e não entende como esse mundo funciona. Gostei muito mais da Kaye nesse livro do que no primeiro. Eu consegui entender melhor a personagem e seus dilemas. 

Além desse sofrimento de se sentir uma impostora dentro de casa, junto com a família humana. Ela tem o coração partido pelo Roiben quando ele não responde bem a declaração feita por ela. Durante a coroação, dizem para ela que é costume fazer uma declaração e receber uma missão que ela deve completar para se tornar consorte do rei. Quando a declaração não é bem vinda pelo monarca, ele dá uma missão impossível para jamais voltar a ver a pessoa. Kaye, criada por humanos, pensa de forma simples que a declaração nada mais é do que revelar seus sentimentos. Só que dá errado e Roiben pede que ela encontre uma fada que possa mentir, o que sabemos ser uma missão impossível porque fadas não mentem. 

Roiben também foi uma grata surpresa. Muitas atitudes dele e o relacionamento com a Kaye no primeiro livro deixaram a desejar (tóxico). Tinha muitas dúvidas se gostava dele ou não. Nesse livro ele foi muito melhor desenvolvido e para mim ficou claro os motivos de muitas das atitudes dele ao longo da história (muitas, não todas). 

Corny, melhor amigo da Kaye, teve ainda mais destaque nesse livro. Luis, que conhecemos no segundo livro, faz uma participação significativa. Amei demais porque ele foi um personagem que cresceu muito no segundo livro e que eu queria ver ter um final feliz (e veio). Luis e Corny acontecendo (eu tava só gritando e mandando foto para os outros).

Melhor livro da trilogia sim. Apaixonada, simplesmente apaixonada! Só lamento pelo Ravus e Val não terem aparecido tanto (eles só fizeram uma pontinha para mostrar que tá tudo bem com eles). Acho que todos os casais retratados na trilogia mereciam epílogos para a gente matar a saudade e vê-los felizes porque depois de tantas coisas vividas por eles, felizes para sempre é muito mais do que bem vindo.

domingo, 23 de outubro de 2022

Para ganhar de um duque - Suzanne Enoch

Último livro da trilogia Receba esta aliança publicada pela editora Harlequin. É um livro conectado a trilogia lições de amor e que, tecnicamente, deveria ser lido antes dela. Greydon é duque e é sumonado no campo pelo tio, conde, que está enfrentando maus bocados por causa de má administração de suas terras. Ele pede a Grey que trace um plano para salvar seu patrimônio. Uma das formas de resolver os problemas, é aumentando o aluguel de todos os seus locatários, mas um deles não vai aceitar isso. A diretora da academia da srta Grenville, Emma Grenville não vai aceitar esse aumento tão facilmente.

Grey é o típico duque presunçoso e que acha que sabe tudo e na verdade está tão centrado em si mesmo que não vê além. Ele é libertino e tem intenções nada honrosas para com a nossa protagonista (ódio, tenho muito). Eu amei a Emma dando fora nele logo no começo. Que mulher! Ele merecia ouvir boas verdades.

O tio do Grey é bem irresponsável passando para o sobrinho a responsabilidade de traçar um plano e na hora de conversar com a Emma, meio que coloca a culpa no Grey dos aumentos dos alugueis (Meu senhor, a culpa é sua por não supervisionar o trabalho do seu administrador). Pode até ter outras formas de salvar a propriedade, mas acho que o dono dela deveria então descartar as ideias do sobrinho, se não gostou delas e pensar ele mesmo em outra solução que o agrade.

Emma é teimosa, inteligente e não tem papas na língua. Tem momentos que ela me pareceu um pouco mal educada sim. Acho que não teria como fugir de um reajuste e ela deveria ter focado em negociar a quantia do mesmo, mas ela meio que quer obrigar não ter nenhum reajuste só porque a instituição de ensino geraria uma boa reputação para as terras. Ela inclusive diz que o Grey deveria pagar as dívidas do tio para que não tivesse o aumento (eu acho que ele poderia, mas não é obrigação dele).

O aumento foi demais e sim tinha que ser negociado, mas não deveria ir além disso. Achei incrível a autora ter feito a personagem procurar um representante legal, mas infelizmente não foi por aí que ela seguiu.  Queria muito ter visto um embate legal entre eles e ela demonstrando o quanto a academia dela fazia um trabalho significativo e merecia investimentos e isenção de aluguel. 

É claro que mesmo sem embate legal, de um jeito ou de outro, o trabalho da Emma, o tipo de educação que ela vem proporcionando fica evidente em cada página.  É ótimo ver o Grey quebrando a cara (principalmente isso) quando vai se dando conta. 

Em vez de embate legal, ganhamos uma aposta entre eles. Enquanto ela precisa traçar um plano melhor do que o dele para a propriedade, ele precisa ensinar uma turma na academia. A parte dele na aposta sinceramente não fez muito sentido para mim porque não tem nada a ver com o aluguel, nada. Porém gerou cenas cômicas e também fez o duque ver coisas de outra forma.

Num geral é um livro bem legal. O duque me irritou bastante no começo, mas ele tem uma transição bacana. Quando a Suzanne Enoch quer construir um libertino, ela faz mesmo sem pena nenhuma de quem está lendo. A única ressalva que eu tenho é que gostaria que a Emma não tivesse cedido ao charme do duque. Não acho racional trocar toda a segurança que ela adquiriu por um momento que poderia muito bem ser passageiro. Acho que essa atitude não combina com a personagem porque ela parecia muito mais racional do que emocional e naquela época ela poderia perder tudo por causa disso.  

De novo, li o último livro da trilogia primeiro. Na verdade, não tinha muita intenção de ler os outros, só queria ler esse por sua conexão com a outra trilogia da autora, mas li resenhas da Sil do leituras da Sil  e fiquei com vontade de ler os anteriores.

domingo, 16 de outubro de 2022

Os seis grous - Elizabeth Lim

Primeiro livro da duologia Os seis grous publicada pela Plataforma 21. Nele vamos acompanhar a saga de Shiori, princesa do reino de Kiata, que ao descobrir a verdadeira identidade de sua madrasta, é amaldiçoada a não poder falar além de ter parte sua cabeça tapada com uma tigela de madeira e seus irmãos são transformados em grous. Banida do reino e sem poder contar o que aconteceu, Shiori procura por seus irmãos e uma forma de voltar para casa e desmascarar sua madrasta.

A Shiori é uma princesa completamente fora do padrão. Seus modos são diferentes do que estamos acostumados em histórias sobre pessoas da realeza. Ela foi muito mimada e não parece pensar muito sobre dever e responsabilidade. Ela é muito impulsiva e inconsequente. Essa última é uma característica que não gosto muito. EU sabia que o negócio ia dar errado porque era óbvio e ela inclusive foi avisada do perigo pela ave de papel mágica que ela fez. Mesmo assim, deu no que deu e boom maldição para todo lado (um pássaro de papel é mais sensato do que ela eitaaaa). A relação dela com a ave, Kiki, me lembrou muito a da do grilo falante com o Pinóquio.

Antes de ser amaldiçoada, nossa princesa estava prometida ao Takkan, um jovem nobre que mora no norte. O caminho dos dois se cruza nessa jornada dela de busca pelos irmãos. Ela não estava nenhum pouco satisfeita com esse casamento porque ela moraria longe da família e de tudo que conhecia. Além de ser  preconceituosa em relação a ele e as pessoas que moravam no norte, mas se vê lá e convivendo com pessoas do lugar.

Eu odeio triângulos amorosos e estava feliz pensando que não ocorreria um aqui, mas temos indícios de um possível (já fiquei meio meh) para o próximo livro, espero que os indícios estejam errados porque amo os dois e não acho que a Shiori seja a última fatia do bolo não para gerar tanta comoção assim. 

Essa jornada tinha tudo para ser transformadora, mas ela continuou impulsiva e se achando.  Quero deixar bem claro que não acho a personagem ruim, mas acho que foi perdida uma oportunidade de transformar as falhas dela porque passou por situações que confrontam e ensinam. A personagem vive dizendo que amadureceu, mas é algo que não consegui ver (e eu tentei).

A autora reconta o conto Os seis cisnes incorporando elementos asiáticos. Gosto muito de contos de fadas e quando vi a sinopse desse livro fiquei bastante animada. É minha primeira experiência de leitura com a autora e sinceramente achei agradável. Uma das minhas cenas favoritas é do reencontro com os irmãos. Foi uma montanha russa de emoções (muito boa, gente). Tenho a ressalva da jornada da personagem que achei ineficiente, pois a protagonista não mudou nada, mas é minha única crítica.

domingo, 9 de outubro de 2022

A hipótese do amor - Ali Hazelwood

Publicado pela editora Arqueiro. Era um livro que estava bem curiosa para ler, mas tinha certo receio por pensar, após ler a sinopse, que pudesse ser um relacionamento em que a protagonista feminina fosse aluna do protagonista masculino porque não gosto, não gosto mesmo. Foi graças a resenha da Cida do Moonlight books que descobri não ser essa situação e pude ler com mais tranquilidade.

Olive é uma estudante de doutorado. Ao descobrir que sua melhor amiga, Ahn, gosta de um ex dela, resolve mentir e dizer que já está em outro relacionamento para que a amiga não se sinta culpada e fique com o cara. O problema é que ela é quase pega na mentira e no desespero beija a primeira pessoa que vê passar no corredor. Essa pessoa não é nada mais nada menos do que um dos professores mais temidos da pós, Adam.

Algo que me incomodou bastante foi o beijo no corredor. Se eu fosse beijada da forma que a Olive, beija o Adam, ia ficar muito p da vida e me sentir muito mal. E que motivo meio tosco para beijar um completo desconhecido. Ela não podia conversar com a amiga? ser honesta, dizer que não sentia nada pelo cara. Isso é algo que me deixou meio travada no início da leitura e me fez dar uma enrolada.

A carência da Olive é tão grande que ela não acredita na Ahn, não acredita que a Ahn queira continuar amiga dela e por isso ela é motivada a esconder e agir da forma que agiu. Eu demorei para entender.  Fiquei uns bons dias sem ler presa a situação horrível do beijo (não foi nenhum pouco legal), mas consegui abrir um pouco meu coração para Olive depois de entender um pouco sua solidão e seu desejo por agradar os outros. Só que ela não é uma personagem que me agradou muito no começo e é isso, não me forcei a gostar dela. Entendo algumas atitudes dela, outras não. A amizade com a Ahn, eu achei péssima. Ela mandava a Olive fazer coisas e a Olive seguia, parecia uma versão bizarra de siga o mestre (sem falar da falta de sinceridade). A amizade que eu gostei foi a da Olive com o Malcolm. Ele é a única pessoa com quem ela se abre desde o começo. Entretanto, com o passar do tempo, preciso dizer que Olive me ganhou de alguma forma.

Adam foi uma surpresa. Quiseram pintar ele como professor babaca e eu pensando ai ata não tô vendo isso, mas tudo bem. Eu gostaria muito de ver ele avaliando algum aluno para ter a tal dimensão de tudo que alguns disseram sobre ele.  O foco narrativo está na Olive, mas narrativa em terceira pessoa fez sua mágica e estava bem desconfiada do rótulo que colocaram nele. Como não vi ele sendo babaca com aluno nenhum, não quero nem saber da opinião de personagens secundários. O que percebi é que ele é muito direto e não dá rodeios quando faz críticas.

Penso que Adam foi melhor construído do que Olive. Acho que faltou um pouco de equilíbrio na personagem dela, mas quando me pego pensando na personagem de novo, estava acontecendo muita coisa somando ao que já tinha rolado com ela com a perda da mãe.

Tenho essas ressalvas sobre a protagonista, mas num geral gostei bastante do livro. Gostei da autora falar sobre o machismo sofrido por mulheres na área científica, sobre as pressões sofridas no ambiente acadêmico, sobre assédio e falta de investimento em projetos relevantes e falta de valorização do profissional da área.  Os diálogos entre os protagonistas foram divertidos e por vezes não entendi os termos que usavam (o que você disse??? Google ajuda aqui). Principalmente gostei como o relacionamento dos protagonistas evolui e como está na cara que o Adam está todo apaixonadinho, mas a Olive não percebe (ain minha dose de fofura).

Como cenas de assédio podem ser gatilho deixo aqui a página para quem por acaso quiser pular. Eu teria pulado porque me sinto mal. Começa na pág 216 e vai até a 219. Só preciso avisar que trechos ressurgem em momentos posteriores.

Gatilho: assédio sexual, machismo

domingo, 2 de outubro de 2022

The Last: Naruto the movie - Masashi Kishimoto e Maruo Kyozuka

Venho aqui resenhar mais uma light novel de Naruto publicada pela Panini (de novo? você gosta mesmo de Naruto hein). A história se passa após a grande guerra ninja. Apesar da guerra ter acabado, o mundo mais uma vez é colocado em risco. A lua está prestes a cair na terra. Para completar a situação Hanabi é sequestrada. Kakashi, líder da vila oculta da folha, acreditando que os dois incidentes estão relacionados escala Shikamaru, Sakura, Sai, Naruto e Hinata para investigar e resgatar Hanabi.

Hanabi é irmã de Hinata e ela também é alvo do sequestrador, ou seja,  o responsável pelo crime foi atrás das filhas do líder do clã Hyuga. O clã Hyuga tem como característica hereditária o byakugan que é uma habilidade ocular que permite seu usuário de ver através de quase todas as coisas.

Quem já assistiu o anime e acompanha as aventuras de Naruto, sabe que a Hinata sempre teve sentimentos muito fortes pelo Naruto e que por muito tempo não foram correspondidos. Durante a jornada para salvar Hanabi, Naruto se torna consciente não só dos sentimentos dela, mas  como de seus próprios sentimentos por ela (pausa para minha dose de fofura). 

Acho que foi muito bacana ver a Hinata ninja. Por ser uma experiência de leitura no formato light novel me permitiu focar mais nessa faceta dela. Não que já não tivesse visto através do anime, mas foi um pouco diferente porque permitiu a minha imaginação agir mais. Gostei muito da diagramação, ao longo dos capítulos algumas páginas trazem imagens da versão animada desse acontecimento. Além disso, veio com um poster gracinha que nunca vou ter coragem de usar por ter imagem frente e verso.

É perfeito para quem ama Naruto.