domingo, 9 de outubro de 2022

A hipótese do amor - Ali Hazelwood

Publicado pela editora Arqueiro. Era um livro que estava bem curiosa para ler, mas tinha certo receio por pensar, após ler a sinopse, que pudesse ser um relacionamento em que a protagonista feminina fosse aluna do protagonista masculino porque não gosto, não gosto mesmo. Foi graças a resenha da Cida do Moonlight books que descobri não ser essa situação e pude ler com mais tranquilidade.

Olive é uma estudante de doutorado. Ao descobrir que sua melhor amiga, Ahn, gosta de um ex dela, resolve mentir e dizer que já está em outro relacionamento para que a amiga não se sinta culpada e fique com o cara. O problema é que ela é quase pega na mentira e no desespero beija a primeira pessoa que vê passar no corredor. Essa pessoa não é nada mais nada menos do que um dos professores mais temidos da pós, Adam.

Algo que me incomodou bastante foi o beijo no corredor. Se eu fosse beijada da forma que a Olive, beija o Adam, ia ficar muito p da vida e me sentir muito mal. E que motivo meio tosco para beijar um completo desconhecido. Ela não podia conversar com a amiga? ser honesta, dizer que não sentia nada pelo cara. Isso é algo que me deixou meio travada no início da leitura e me fez dar uma enrolada.

A carência da Olive é tão grande que ela não acredita na Ahn, não acredita que a Ahn queira continuar amiga dela e por isso ela é motivada a esconder e agir da forma que agiu. Eu demorei para entender.  Fiquei uns bons dias sem ler presa a situação horrível do beijo (não foi nenhum pouco legal), mas consegui abrir um pouco meu coração para Olive depois de entender um pouco sua solidão e seu desejo por agradar os outros. Só que ela não é uma personagem que me agradou muito no começo e é isso, não me forcei a gostar dela. Entendo algumas atitudes dela, outras não. A amizade com a Ahn, eu achei péssima. Ela mandava a Olive fazer coisas e a Olive seguia, parecia uma versão bizarra de siga o mestre (sem falar da falta de sinceridade). A amizade que eu gostei foi a da Olive com o Malcolm. Ele é a única pessoa com quem ela se abre desde o começo. Entretanto, com o passar do tempo, preciso dizer que Olive me ganhou de alguma forma.

Adam foi uma surpresa. Quiseram pintar ele como professor babaca e eu pensando ai ata não tô vendo isso, mas tudo bem. Eu gostaria muito de ver ele avaliando algum aluno para ter a tal dimensão de tudo que alguns disseram sobre ele.  O foco narrativo está na Olive, mas narrativa em terceira pessoa fez sua mágica e estava bem desconfiada do rótulo que colocaram nele. Como não vi ele sendo babaca com aluno nenhum, não quero nem saber da opinião de personagens secundários. O que percebi é que ele é muito direto e não dá rodeios quando faz críticas.

Penso que Adam foi melhor construído do que Olive. Acho que faltou um pouco de equilíbrio na personagem dela, mas quando me pego pensando na personagem de novo, estava acontecendo muita coisa somando ao que já tinha rolado com ela com a perda da mãe.

Tenho essas ressalvas sobre a protagonista, mas num geral gostei bastante do livro. Gostei da autora falar sobre o machismo sofrido por mulheres na área científica, sobre as pressões sofridas no ambiente acadêmico, sobre assédio e falta de investimento em projetos relevantes e falta de valorização do profissional da área.  Os diálogos entre os protagonistas foram divertidos e por vezes não entendi os termos que usavam (o que você disse??? Google ajuda aqui). Principalmente gostei como o relacionamento dos protagonistas evolui e como está na cara que o Adam está todo apaixonadinho, mas a Olive não percebe (ain minha dose de fofura).

Como cenas de assédio podem ser gatilho deixo aqui a página para quem por acaso quiser pular. Eu teria pulado porque me sinto mal. Começa na pág 216 e vai até a 219. Só preciso avisar que trechos ressurgem em momentos posteriores.

Gatilho: assédio sexual, machismo

14 comentários:

  1. Oi Emi! Eu gostei bastante do livro, mais até do que eu esperava. O hype tinha me deixando bem o pé atrás, mas por fim vi que a história de fato era muito boa. Eu também gosto mais do Adam, a Olive tem horas que exagera, mas no geral a forma como o relacionamento dos dois foi trabalhado me agradou. Que bom que minha resenha te ajudou a tirar dúvidas e conferir a obra.
    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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    1. Sua resenha foi essencial para mim. Acho que não conseguiria ler com a dúvida. Eu tô apaixonada pelo Adam até agora. Quero ler o próximo livro da autora e ver como ela vai trabalhar a protagonista feminina.

      Beijos

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  2. Oi
    eu li esse livro semana passada e gostei, uma conversa teria resolvido boa parte dos problemas da olive com sua amiga, gostei dela e do Adam juntos e fiquei com nojo na cena de assedio, pena que depois da cena do restaurante não mostra a conversa de olive e adam sobre a situação.

    http://momentocrivelli.blogspot.com/

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    1. Pois é, ela poderia ter conversado com a amiga posta resolver as coisas. Adam, eu amo o Adam hahaha muito triste dele não ser real.

      Beijos

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  3. Nossa, eu vi um hype tão grande em cima desse livro, que peguei para participar de uma leitura coletiva. E falavam tão bem do romance e tal, mas não sei porque eu não passei nem da capa, haha. Acho que foi o sexto sentido falando que eu não me sentiria bem lendo essa história, tanto pelos gatilhos, quanto por saber que ficaria incomodada pelos mesmos motivos que você.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
    Pinterest | Instagram | Skoob

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    1. É complicado né? Eu gostei da leitura, mas teria pulado a cena de assédio...

      Beijos

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  4. Oi Emi, tudo bem?
    Adorei ler suas críticas porque só vejo elogios a esse livro, e como quero ler, acho bacana ter expectativas controladas.
    Entendo sua crítica ao beijo. Tem um casal na série As Quatro Estações do Amor, da Lisa Kleypas, que fica junto quando a mocinha tá bêbada - e o mocinho em tese era o exemplo de conduta. Eu fiquei tão PUTA que não consegui shippar os dois de jeito nenhum depois daquilo.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Eu li esse livro da Lisa e não queria ler mais nada da autora. Eu me senti muito muito mal lendo. Peguei outro livro dela recentemente para tentar dar uma segunda chance.

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  5. Oi Emi, tudo bom?
    Eu amooooo esse livro! É divertido, romantico e inteligente.
    Foi super fluído para mim e só não favoritei porque a narrativa foi em terceira pessoa e eu prefiro em primeira, rs.Acho que ficaria ainda mais imersa se fosse.
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  6. Esse é um livro que eu tinha vontade de ler, mas tô achando que algumas coisas irão me incomodar tbm. Ah, e situações que poderiam ser resolvidas com diálogos e não são dão uma agonia danada, né?!
    Sobre o machismo na área científica eu entendo bem. Eu sou cientista da computação e é uma área ainda muito masculina. Quando entrei na faculdade, só tinha eu e mais duas meninas numa turma enorme. E mais pro final, em várias matérias eu era a única menina da turma.

    =)

    Suelen Mattos
    ______________
    Romantic Girl

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    1. Dão mesmo muita agonia. A amizade delas eu achei bem questionável.

      Beijos

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  7. Oi!
    Eu gostei de A Hipótese do Amor mas queria ter gostado mais por causa da hype estrondosa dele, acho que a amizade da Olive com a Ahn é mais um festival de fanservice (ela obrigando a Olive sentar no colo do Adam na palestra!!) do que uma amizade boa.

    Beijão
    https://deiumjeito.blogspot.com/

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